Para ala do Planalto, chapa Lula-Alckmin será “soma de rejeições”

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Por Igor Gadelha

Embora tenha acendido o alerta entre alguns aliados do presidente Jair Bolsonaro, a possível chapa Lula–Alckmin nas eleições presidenciais de 2022 é vista por uma ala do Palácio do Planalto como estrategicamente ruim para o ex-presidente do PT, que tenta voltar ao poder.

A avaliação dessa ala palaciana é a de que a chapa será uma “soma de rejeições”. Auxiliares de Bolsonaro lembram que o ex-governador paulista é uma figura conhecida e, por isso, trará para a chapa com o petista a rejeição que parte do eleitorado tanto de direita quanto de esquerda tem a ele.

Para essa ala do Planalto, embora Lula esteja “usando” Alckmin para se tornar “mais palatável” perante setores da elite, a situação é diferente das eleições de 2002, quando o petista escolheu o empresário mineiro José Alencar como seu candidato a vice-presidente.

“O José Alencar cumpria o papel de acalmar as elites econômicas e o mercado, mas não trazia nenhuma rejeição real para chapa como o Alckmin. Era uma figura desconhecida do grande público”, compara um auxiliar do atual presidente da República ouvido pela coluna.

Outros integrantes do Planalto acrescentam que a aliança entre Lula e Alckmin pode provocar rejeição em parte do eleitorado que não gosta da percepção de que adversários políticos que se enfrentaram em pleitos anteriores se unirão agora apenas por conveniência.

Auxiliares de Bolsonaro avaliam ainda que Alckmin não teria o potencial de transferência de votos para Lula em São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil, como pesquisas contratadas pelo PSB têm revelado. O argumento é de que a força de Alckmin no estado decorre mais do sentimento anti-PT do que dele próprio.

 

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