Paraíba tem média de dois feminicídios por mês em 2021

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Feminicídio — Foto: Foto: Editoria de Arte/G1

Um total de 83 mulheres foram mortas, vítimas de crimes letais intencionais, na Paraíba de janeiro a dezembro do ano passado. Deste total, 30 casos estão sendo investigados como feminicídio. O número representa um percentual de 36% no número de feminicídios com relação aos assassinatos de mulheres e uma média de duas mulheres assassinadas a cada mês de 2021 por questões de gênero. Os números são da Secretaria de Estado de Segurança e Defesa Social solicitados pelo g1.

O g1 acompanha os números de feminicídios, mês a mês, desde 2019. Após a liberação dos dados mensalmente, as investigações seguem. Portanto, no balanço anual, alguns casos que antes estavam sendo investigados como feminicídios podem ganhar outra linha investigativa. Foram os casos dos meses de maio e agosto.

O feminicídio de Patrícia Roberta foi um dos casos de maior destaque em 2021 — Foto: Reprodução/TV Cabo Branco
O feminicídio de Patrícia Roberta foi um dos casos de maior destaque em 2021 — Foto: Reprodução/TV Cabo Branco

Um dos casos mais marcante de 2021 aconteceu no mês se abril. Patrícia Roberta, natural da cidade de Caruaru (PE), estava em João Pessoa, na casa do amigo Jonathan Henrique, quando desapareceu. As investigações policiais identificaram que Jhonathan matou a jovem e escondeu o corpo. Neste mês, outros dois casos também entraram para as estatísticas de feminicídio.

Em relação a todo o ano de 2020, o percentual diminuiu em 2021. No mesmo período do ano passado, o número de feminicídios representou mais de 38% da quantidade de mulheres assassinadas. De acordo com o Núcleo de Análise Criminal e Estatística, foram registradas 93 mortes de mulheres. O número de 36 feminicídios é superior ao de homicídios dolosos de mulheres, que não têm relação com o gênero. Além disso, os dados também mostram que duas mulheres morreram por latrocínio, quando acontece o roubo seguido de morte, e outra por lesão corporal seguida de morte.

Feminicídio é o assassinato de uma mulher cometido devido ao fato de ela ser mulher ou em decorrência de violência doméstica. Foi inserido no Código Penal como uma qualificação do crime de homicídio em 2015 e é considerado crime hediondo.

Em relação ao assassinato de mulheres, o mês mais violento de 2021 foi o de julho e setembro, quando 7 mulheres foram mortas em cada mês.

Apesar disso, o mês de agosto foi que mais registrou feminicídios, com cinco casos em investigação, representando quase metade do total de mulheres assassinadas (11) no mês.

Além disso, todas as mulheres mortas nos meses de maio (3) e dezembro (4) foram vítimas de feminicídios.

Anielle foi encontrada três dias após desaparecimento

O corpo de Anielle Teixeira, de 11 anos, que desapareceu no dia 5 de setembro de 2021, foi encontrado na madrugada do dia 8 do mesmo mês em uma mata no bairro de Miramar, em João Pessoa. Conforme informações da Polícia Civil, o corpo dela foi encontrado apenas com a blusa. Ela sumiu na madrugada de um domingo, depois de sair da praia do Cabo Branco de bicicleta com um homem.

Na época, a delegada Luisa Correia adiantou que o corpo foi encontrado com sinais de decomposição, o que levaram a Polícia Civil e a perícia a acreditarem que a criança foi morta logo após a saída da praia, no mesmo local em que o corpo foi encontrado.

Além disso, no corpo, houve sinais de esganadura, mas apenas o laudo pericial poderia confirmar a causa da morte. A perita Amanda Melo revelou que havia suspeita de crime sexual, mas que a situação ainda seria investigada.

A criança teria passado uma sábado na praia com a mãe e os irmãos. De acordo com a mãe da vítima, ela estava com os filhos dormindo em um quiosque, cujos donos são conhecidos da mulher, após passar o sábado na praia.

A mãe explicou que as taxas de transportes por aplicativo estavam muito altas, então resolveu ficar no local e ir embora de manhã cedo. Por volta das 5h, a criança sumiu.

A irmã mais nova da criança teria informado para a mãe que Anielle teria sido convidada a sair com um homem em uma bicicleta e ela não quis ir com a irmã. Depois disso, a menina não apareceu mais.

José Alex da Silva, suspeito de matar Anielle Teixeira, foi preso e deve responder pelo crime de estupro de vulnerável. Quando foi preso, o suspeito confessou ter matado a garota, mas negou que a estuprou. Mas depois, segundo a defesa dele, alegou ter sido agredido para confessar o crime.

Psicóloga alerta mulheres sobre relacionamentos abusivos (veja vídeo clicando aqui)

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