Pastor fundador da Bola de Neve é denunciado pela mulher por agressão; conselho ministerial o afasta da igreja

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Denise Seixas e Rinaldo Pereira são pastores na igreja Bola de Neve — Foto: Reprodução

A pastora e cantora gospel Denise Seixas, mulher do pastor Rinaldo Pereira, líder da igreja evangélica Bola de Neve, procurou a Polícia Civil de São Paulo para denunciar o marido por lesão corporal, violência psicológica, ameaça, injúria e difamação. Após as denúncias, a instituição religiosa decidiu pelo afastamento de Rina, como é conhecido entre os fiéis, de suas funções e pela criação de um “canal de ouvidoria para catalisar possíveis falhas e má conduta”.

Conforme divulgado pelo G1, após denunciar as supostas agressões, Denise conseguiu na Justiça de São Paulo uma medida protetiva contra o marido. Rinaldo nega as acusações.

O afastamento do pastor foi divulgado pelo perfil oficial da igreja nas redes sociais. Em nota, o conselho deliberativo informou que “decidiu pelo afastamento do seu fundador para que se dedique integralmente a esclarecer os apontamentos apresentados e restabelecer sua saúde e a de sua família”. A igreja tem 560 unidades em 34 países.

Entre as medidas instauradas pela Bola de Neve estão:

  • ⁠Instalação do canal de ouvidoria para catalisar possíveis falhas e má conduta, por meio do e-mail ouvidoria@boladeneve.com
  • ⁠Elaboração de um Conselho de Ética para apuração e deliberação a respeito de todas as irregularidades apresentadas.
  • Diligência e apuração de cada caso (inclusive de foro íntimo), averiguando necessidade de afastamento ou desligamento de lideranças.
  • Acompanhamento de situações apresentadas pela investigação interna.
  • Reformulação do Regimento Interno para alinhar com mais clareza expectativas da congregação e evitar que eventos semelhantes aconteçam novamente.

Soco no nariz

Conforme divulgado pelo G1, em abril de 2023, o filho da pastora divulgou um vídeo em que Rinaldo aparece dizendo que a mulher está “completamente enlouquecida”. Denise conta que, a partir disso, o líder religioso teria ficado enfurecido, e ela passou a sofrer violência psicológica. Em um dos episódios violência, a pastora diz ter tomada um soco no nariz, mas não denunciou em razão de sua influência.

Ela disse, ainda, que nos últimos meses de relacionamento, foi obrigada a gravar vídeos desmentindo que Rinaldo seria um agressor, a fim de proteger sua imagem e reputação. Como o vídeo “não deu certo, uma vez que as pessoas perceberam que ela estava lendo”, ela conta que o pastor arremessou uma cadeira em sua direção, mas não acertou porque ela teria desviado.

Denise relata que, em um episódio de violência, o pastor disse que a esposa não poderia “ficar longe do leito”, já que ele estaria sem relação sexual havia um mês.

Em outra suposta ocorrência, Rinaldo pediu para conversar com Denise e disse que aquele seria o “último dia”, ou seja, o prazo que ela teria para voltar a ter relação sexual com o marido.

Denise ainda diz que, nos últimos dois meses, perdeu o acesso às redes sociais e teme que alguém faça algo contra sua reputação.

Ela também afirmou que não tem acesso às suas finanças, tendo que recorrer a uma pessoa indicada por Rinaldo sempre que precisa de dinheiro.

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