Pessoas estão endividadas com supermercado e Desenrola irá ajudar, diz especialista

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Cartão de Crédito. Foto: Reprodução

Por Ana Beatriz Dias e Juliana Elias

O endividamento e a inadimplência não só estão em níveis recordes, como também apontam que o brasileiro passou a ter dificuldade para contas básicas do dia a dia, apontou a especialista em comportamento financeiro Ana Beatriz Dias, em entrevista à CNN.

Nesse sentido, ela afirma que o Desenrola, programa de renegociações de dívidas do governo federal que começa nesta segunda-feira (17), tem bastante potencial para ajudar esses milhões de famílias a se desafogarem.

“Temos um cenário bastante assustador no número de pessoas endividadas e, principalmente, inadimplentes (…), que perderam a capacidade de honrar seus compromissos”, disse ela no domingo (16).

“E o mais interessante é que essas pessoas em situação de endividamento vêm mudando de perfil de dívida. Elas estão se endividando com coisas recorrentes, de contas domésticas, como supermercado, farmácia. Mostra uma situação diferente do senso comum, não são coisas supérfluas. As pessoas estão se endividando com coisas mais essenciais.”

“O programa [Desenrola] vem como uma boia de salvamento para essas pessoas.”

Ela explica que o programa não perdoa nenhuma dívida, mas dá condições especiais para a renegociação. Isso, na maior parte dos casos, significa conseguir reduzir os juros e, portanto, o tamanho do valor devido.

“Não é perdão de dívida, é renegociação, uma troca de uma dívida mais cara por uma mais barata”, disse.

“A maior parte de endivida no cartão de crédito, que tem juros de até 400% ao ano. Ela pode ir para taxas mais reduzidas.”

Primeira fase: renegociar com bancos

O número de brasileiros com dívidas em atraso passa atualmente dos 70 milhões, de acordo com a Serasa.

Na primeira fase, que começa nesta segunda-feira, o Desenrola é voltado para pessoas que dívida com bancos ou outras instituições financeiras e que tenham renda mensal de até R$ 20 mil. É a chamada faixa 2 (já que atinge nichos mais altos de renda).

A negociação, nesses casos, deverá ser feita diretamente entre o banco e o cliente, por meu de seus canais de atendimento.

A partir de segunda-feira o programa também prevê que bancos retirem da lista de negativados os nomes de devedores pessoa física com pendências de até R$ 100.

Segunda fase: renda baixa e dívidas gerais

A partir de setembro, na segunda fase, o programa passará a contemplar os devedores de baixa renda, com condições especiais.

Serão atendidas pessoas inadimplentes que possuam renda mensal de até dois salários mínimos – R$ 2.640 – ou que estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).

Poderão ser negociadas dívidas de até R$ 5 mil, incluindo passivos com setor de serviços, como contas de luz e dívidas com varejo.

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