Pnud: com desigualdade, desenvolvimento humano está distante da maioria dos brasileiros

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Orla da praia de Manaíra, em João Pessoa. (Foto: Dennison Vasconcelos/RTC)

Entre 2012 e 2021, as discrepâncias sociais do país ficaram ainda mais evidentes nas condições de vida do brasileiro. O estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) sobre o desenvolvimento humano no país no período analisou o impacto das desigualdades na forma como vivem os brasileiros.

Na escala de classificação do Pnud, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) posicionava o Brasil, em 2012 e em 2021, como um país de alto desenvolvimento humano.

Já no IDHM Ajustado às Desigualdades (IDHMAD) o Brasil figurava entre os países de baixo desenvolvimento humano(entenda mais abaixo a diferença de cálculo)

De acordo com o Pnud, os números revelam o quão distante está o desenvolvimento humano da maioria dos brasileiros.

“[O desenvolvimento humano está] longe dos patamares almejados de bem-estar, igualdade, liberdade de escolha, acesso a bens e serviços, e garantia de condições dignas de vida”, diz o documento.

Apesar dos avanços observados no índice geral, o IDHM, a desigualdade foi mais sentida no Nordeste. Ao final da década analisada pelo Pnud, o Maranhão foi o estado com o mais baixo resultado para o IDHM ajustado à desigualdade. A perda em desenvolvimento humano no estado chegou a 27,1%.

Entenda o cálculo

O cálculo do IDHM leva em conta três elementos-chave para medir o desenvolvimento humano das populações: acesso ao conhecimento, acesso a uma vida longa e saudável e acesso a um padrão de vida decente.

Isso é registrado por meio de três indicadores:

  • educação (a partir da escolaridade)
  • longevidade (a partir da esperança de vida ao nascer)
  • renda (a partir da renda per capita)

A partir destes números, é estabelecido o IDH, com um valor que varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento humano.

Para chegar ao IDHMAD, o Pnud mede o impacto da desigualdade social nos três indicadores chave, reduzindo o valor quanto maior for a desiguldade. A partir disso, o cálculo é feito e produz um índice que representa o desenvolvimento humano das pessoas mais atingidas pela desigualdade.

Desta maneira, caso não houvesse desigualdade, os dois índices seriam iguais. Como há desigualdade, o IDHMAD acaba sendo inferior ao IDHM.

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