Polícia indicia responsável por peeling de fenol por homicídio com dolo eventual; entenda

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O empresário Henrique da Silva Chagas, 27, que morreu na segunda-feira (3) após passar por um procedimento no rosto chamado peeling de fenol, no Studio Natalia Becker, no Campo Belo, zona sul de São Paulo - Reprodução/Instagram

A Polícia Civil de São Paulo concluiu a investigação sobre o caso do empresário Henrique da Silva Chagas, 27, morto após um procedimento de peeling de fenol em uma clínica de estética da zona sul em 3 de junho deste ano. A dona da clínica, Natalia Fabiana de Freitas Antonio, 29, foi indiciada sob suspeita de homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. Ela é conhecida como Natalia Becker.

Uma mulher está em frente a vários microfones, aparentemente dando uma declaração ou respondendo a perguntas durante uma coletiva de imprensa. Ao fundo, um homem observa a cena atentamente
Natalia Fabiana de Freitas Antonio, 29, que se apresentava como Natalia Becker é a dona da clínica e a responsável pela aplicação do produto – Reprodução

Tatiane Forte, advogada de Natalia afirmou que, em momento oportuno, a defesa vai apresentar provas de sua inocência.

Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), o inquérito foi conduzido pelo 27º Distrito Policial (Campo Belo) e foi relatado na segunda-feira passada (19/8) ao Poder Judiciário, que decidirá se ela se tornará ré pelo crime.

“A autoridade policial analisou o laudo pericial e constatou que a morte da vítima ocorreu devido a um edema pulmonar agudo causado pela inalação de fenol”, afirmou a SSP.

Laudo produzido pelo IML (Instituto Médico Legal) atestou que o empresário morreu após inalar o produto químico fenol durante o procedimento estético na clínica no Campo Belo.

De acordo com o documento, Chagas sofreu uma “parada cardiorrespiratória em decorrência de edema pulmonar agudo desencadeado por ação inalatória local do agente químico fenol”.

Ainda segundo o laudo, a inalação do ácido volátil fenol, usado topicamente na pele da vítima e identificado qualitativamente em exame toxicológico em fragmentos de pele e tecido, provocou alterações em epiglote, laringe, traqueia e pulmões, culminando num edema pulmonar agudo responsável pela morte.

As alterações ocasionaram danos na função respiratória.

O médico legista Ricardo Rioji Fusel de Ue, responsável pelo laudo, ainda descreveu que a escarificação apresentada na face poderia ter contribuído para um aumento da absorção do produto. Nas amostras de sangue coletadas do corpo da vítima não foram encontrados resquícios de drogas, álcool ou medicamentos.

Chagas pagou R$ 4.500 pelo tratamento e foi até a clínica acompanhado do namorado.

Em nota divulgada pelos seus advogados, a família de Henrique Chagas afirmou que os laudos do IML foram conclusivos em relação à causa da morte.

“Os laudos só vieram a corroborar que Henrique da Silva Chagas foi assassinado por Natalia Fabiana de Freitas Antonio – Natalia Becker, que causou-lhe a morte de maneira extremamente cruel, uma vez que ele teve diversos órgãos internos corroídos pelo ácido fenol, tais como pulmões, fígado, baço, rins, laringe e cordas vogais”, diz a nota.

“A família e a sociedade esperam pela rápida resposta da Justiça, iniciando-se com a decretação da prisão preventiva de Natalia Fabiana de Freitas Antonio – Natalia Becker, uma vez que com atrocidade a mesma ceifou a vida de um jovem sonhador, filho único e arrimo de família.”

A defesa de Natalia afirmou que não identificou no inquérito policial elemento algum de informação capaz de sustentar a responsabilidade jurídica dela com relação aos crimes que lhe foram imputados.

“Natália respalda sua posição diante do respeito e observação às regras e normas legais que Natália desenvolvia em suas atividades. Nesse norte, Natália informa que apresentará, na devida oportunidade, sua Defesa Criminal, apresentando as razões e as provas de sua inocência”, afirmou a advogada Tatiane Forte.

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