Polícia prende duas mães suspeitas de entregar filhas para abusos sexuais
Por Marina Toledo e Gabriele Koga
A Polícia Civil prendeu preventivamente duas mulheres suspeitas de entregar as próprias filhas para abusos sexuais em Cachoeirinha e Alvorada, no Rio Grande do Sul. As buscas realizadas em suas casas fazem parte da segunda fase da Operação La Lumière.
A ação da Polícia Civil começou em 27 de abril, quando um homem, suspeito de cometer os abusos, foi preso em flagrante na cidade de Imbé. Na ocasião, uma outra mãe, com quem ele começou a exploração sexual, também foi detida.
Na operação realizada na quarta, foram presas uma mulher de 26 anos, digital influencer e mãe de uma menina de 7 anos, e outra, de 23, mãe de um bebê de 1 ano e uma criança de 3 anos.
Segundo a delegada Camila Defaveri, elas estiveram juntas em hotéis na cidade de Porto Alegre, realizando programas.
As duas mulheres foram conduzidas para o presídio. As crianças foram encaminhadas para perícia psíquica e verificação de violência sexual no CRAI-IGP por equipes do Conselho Tutelar.
Entenda o caso
A Operação La Lumière começou em abril com buscas realizadas em duas propriedades de um homem de 41 anos, onde foram apreendidos diversos instrumentos sexuais, medicamentos calmantes de venda controlada, dopantes, entre outras coisas.
Além disso, celulares e computadores com o histórico de todas as conversas. Entre elas, troca de mensagens com uma mulher, mãe de três filhas, foram localizados.
Também foram realizadas buscas na casa mulher, onde apreenderam celulares e computadores que detinham conversas com homem com imagens, inclusive das crianças, negociando encontros e combinando valores.
Na ocasião, o homem suspeito de abuso e a mãe, com quem ele trocou mensagens, foram presos.
Segundo a polícia, com a apreensão dos aparelhos foi possível entender o esquema do homem. Ele busca conhecer mulheres vulneráveis, tanto em ONGs, Instituições de Amparo quanto em sites de prostituição, que tenham filhos menores de idade. Ele as convidá para participação de encontros “familiares”, demonstrando boas intenções, ao solicitar PIX para imediato depósito.
Em seguida, iniciam as combinações, remetendo a tabelas de valores a serem pagos por ele para a prática de determinados atos com as infantes.
A delegada Camila Defaveri classificou que o suspeito mantinha um “cardápio de abusos”. Ele contém, inclusive, imagens de animes, já com o modelo do abuso.
“Tem tabelas de preços estilo cardápio e os valores, por exemplo: passear os três juntos no shopping (300 reais), comer juntos (100 reais), ver filmes juntos no sofá ou na cama (mais 250), dormir os três juntos (500), tomar banho juntos vestidos de cueca (800) e dar banho nela (1500)”.
Após, combinado os valores, marcam o encontram, em locais reservados, em hotéis nas cidades ou em uma de suas residências em Imbé.
Até o momento quatro pessoas foram presas. “Três mães, mulheres que exploram as filhas, e um explorador, abusador, que seria o cabeça da organização criminosa”, disse Camila.