Porsche que causou a morte de motorista de aplicativo foi financiado até 2027

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Condutor de Porsche bate na traseira de Renault e mata motorista por aplicativo em São Paulo — Foto: Rômulo D'Ávila/ TV Globo

O carro de luxo da Porsche do empresário Fernando Sastre Andrade Filho, 24, que bateu contra o Renault Sandero do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52, foi comprado no dia 28 de fevereiro deste ano por financiamento. O automóvel é avaliado em R$ 1,3 milhões, e o IPVA do modelo, pago anualmente, é de quase R$ 34 mil.

Produzido em 2023, o veículo está em nome da empresa do pai de Fernando e foi financiado até fevereiro de 2027 em um banco privado. Procurada, a instituição financeira afirma que não comenta nem confirma casos específicos em respeito às regras que disciplinam o sigilo bancário.

Procurada para comentar, a família de Fernando Sastre, por meio de sua advogada, não respondeu até a publicação desta reportagem.

Além do Porsche, a empresa do pai de Fernando tem outros 18 automóveis de alto padrão, como um Volkswagen T-Cross Highline, um Volkswagen Nivus Highline e uma moto BMW. A empresa possui capital social de R$ 100 mil.

Fernando é sócio de parentes em uma empresa de administração imobiliária que possui 19 endereços na capital paulista.

Fernando Sastre aparece como sócio minoritário da Sastre Empreendimento Imobiliário ao lado do pai, do tio e de um primo. A empresa, com capital declarado de R$ 430 mil, tem como atividade principal a compra, venda e aluguel de imóveis próprios, construção de edifícios e loteamentos.

A família, que atua no ramo de material de construção, é dona de outros 42 imóveis na capital, no interior e no litoral sul de São Paulo.

A defesa do empresário ofereceu ajuda financeira de um salário mínimo por mês para a família do motorista de aplicativo, que morreu no hospital.

Em petição incluída no inquérito na quinta-feira (11), a defesa afirma que “dentro das dependências policiais e através da autoridade policial por meio verbal, se colocaram, junto ao advogado dos familiares da vítima, à disposição para as assistências necessárias, algo momentânea e prontamente rechaçado pelo nobre defensor ao argumento de que ‘não era o momento'”.

Os advogados do empresário afirmam, ainda na petição, que familiares da vítima têm dito por meio da imprensa que enfrentam dificuldades financeiras, e que por isso novamente ofereceram R$ 1.412 (um salário mínimo) por mês.

“Sensíveis ao momento, reiteram aqui o manifesto intento colaborativo, com uma ajuda financeira mensal no importe de 1 salário-mínimo, ao qual se dispõem a depósito em conta a ser fornecida pelo defensor constituído dos familiares”, diz o documento.

 

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