'Pré-candidatura' de Felipe Neto à Presidência era estratégia de marketing

Um dia depois de publicar um vídeo em suas redes sociais dizendo que é pré-candidato à Presidência da República nas eleições de 2026, Felipe Neto fez um anúncio, para o qual havia convocado seus seguidores. Pontualmente às 12h da sexta-feira (4) ele reapareceu nas redes afirmando que tudo não passou de uma estratégia de marketing.

O influenciador divulgou o lançamento em áudio do livro “1984”, de George Orwell, narrado por Lázaro Ramos, Mateus Solano, Milhem Cortaz e Alice Carvalho. Ele disse ter se inspirado de maneira proposital na história do governo ditatorial narrado no clássico para criar sua peça de publicidade.

“Não vou me candidatar a coisa alguma. Tudo que eu falei naquele vídeo é o oposto do que eu acredito. Foram falas autoritárias, que eu fiz de propósito. E se você acreditou, ou pior, gostou do que eu falei, talvez você precise ler um pouco mais”, afirmou. “A literatura é a maior arma que uma sociedade tem para enfrentar qualquer tipo de autoritarismo.”

“Ler ou ouvir ‘1984’ nesse momento é crucial. O mundo está cada vez mais violento, está cada vez mais perigoso de viver, inclusive, uma versão realista do que acontece nesse livro.”

A obra de George Orwell trata de um mundo distópico, onde os cidadãos vivem constantemente vigiados por um governo ditatorial e vigilante definido como “Grande Irmão”.

No anúncio anterior, Felipe Neto havia afirmado que iria criar uma rede social chamada Nova Fala para colher informações pessoais da população a fim de entender as principais demandas da sociedade. O apelido da suposta rede social é similar ao termo novilíngua, linguagem simplificada do livro usada como instrumento de manipulação.

“Essa rede seria algo como um ministério, eu não vou definir qual, talvez o da verdade. Ela iria ajudar a gente a entender a opinião da maioria sobre cada momento da história”, disse. No romance, o órgão público reedita registros históricos para adequá-los à versão do governo.

O influenciador ainda afirmou que gostaria de ser um líder, um pai, para o povo brasileiro, “tão generoso quanto vigilante”. Mas, que se fosse jovem demais para isso, poderia ser um irmão mais velho, mais uma referência ao livro, de um líder que tudo vê e tudo sabe.