Presidente da CPMI pede providência contra psiquiatra que deu atestado para militar não depor

Arthur Maia. Foto: Reprodução
por Basília Rodrigues
O presidente da CPMI do 8 de janeiro, Arthur Maia, pediu para o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM) investigar o médico que concedeu atestado ao ex-diretor de operações da PM-DF, coronel Jorge Naime, para que ele ficasse impedido de depor à comissão.
Na segunda-feira (26), Naime acabou sendo ouvido pela CPMI porque a comissão desconfiou do atestado médico assinado por um profissional particular e determinou reanálise da Junta Médica do Senado.
“Considerando que há julgados no sentido de que os atestados médicos apresentados com poucas horas de antecedência não teriam o condão de impedir um depoimento, seguinte trâmite já realizado na CPI da Pandemia, esta Presidência determinou que uma Junta Médica do Senado Federal avaliasse a condição do depoente, com vistas a verificar se ele, de fato, não estaria apto a prestar depoimento”, afirma Maia.
Na ocasião, Naime alegou que havia decidido falar à CPMI por ter sido obrigado a deixar a prisão e ir pessoalmente ao Senado para a nova avaliação médica.
O atestado inicialmente apresentado descrevia um quadro de transtorno depressivo e de adaptação. Com base nisso, Naime não poderia prestar depoimento pelos próximo 15 (quinze) dias.
Mas, ao contrário do que o documento dizia, a Junta Médica do Senado “concluiu que o depoente estava apto e o depoimento transcorreu normalmente, sem qualquer casualidade”, afirma o presidente da CPMI ao CRM do Distrito Federal.
Maia encaminhou notas taquigráficas e a gravação do depoimento, além dos dois laudos médicos, para análise do CRM.O Conselho Regional de Medicina terá prazo de cinco dias para responder quais medidas foram adotadas.