Primeira-ministra da Dinamarca é atacada em praça de Copenhague

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Polícia da capital da Dinamarca confirmou que um incidente envolvendo a primeira-ministra Mette Frederiksen ocorreu, mas não deu mais detalhes. Foto: Jeremias Gonzalez/AP/Arquivo

COPENHAGUE – A primeira-ministra da DinamarcaMette Frederiksen, foi atacada por um homem na sexta-feira, 7, em uma praça de Copenhague. O agressor foi detido, de acordo com o gabinete da premiê, que não forneceu detalhes sobre as circunstâncias em que o ataque ocorreu, nem sobre o estado de saúde de Frederiksen.

“A primeira-ministra Mette Frederiksen foi agredida por um homem na sexta-feira à noite em Kultorvet, em Copenhague. O homem foi detido”, disse em um comunicado seu gabinete, acrescentando que Frederiksen estava “chocada com o incidente”, sem fornecer informações se Frederiksen ficou ferida.

A polícia da capital da Dinamarca confirmou que um incidente envolvendo a primeira-ministra ocorreu, mas não deu mais detalhes. “Temos uma pessoa detida em relação ao caso, que estamos investigando. No momento, não temos mais comentários ou observações sobre o caso”, disse em um comunicado no X.

“Devo dizer que isso choca todos nós que somos próximos a ela”, disse o ministro dinamarquês do Meio Ambiente, Magnus Heunicke, em uma mensagem nas redes sociais. “Algo assim não deve acontecer em nosso belo, seguro e livre país”, acrescentou.

Mette Frederiksen é filiada ao Partido Social-Democrata e ocupa o cargo de primeira-ministra da Dinamarca desde 2019, assumindo o posto, aos 41 anos, como a mais jovem premiê da história do país, bem como a segunda mulher a ocupar o posto. Em seu primeiro mandato, buscou alianças com outros partidos políticos, incluindo a oposição, para ajudar o país a atravessar a pandemia e para aumentar os gastos de defesa dinamarquês após a invasão russa da Ucrânia.

Liderando um governo minoritário, em 2022 ela viu sua popularidade diminuir, especialmente pela decisão de abater milhões de visons como uma medida de resposta à pandemia, e antecipou as eleições em uma tentativa de construir uma coalizão mais ampla em toda a divisão política.

Ataque ocorre dias antes a eleições europeias

O anúncio de Frederiksen ocorreu após uma dramática contagem de votos em que o bloco de centro-esquerda que a apoia desde 2019 manteve a maioria no Parlamento por um único assento.

O ataque ocorre apenas dois dias antes das eleições do Parlamento Europeu, nas quais dinamarqueses, bem como outros cidadãos europeus, se preparam para votar no domingo, 9, para escolher os novos eurodeputados que ocuparão as 720 cadeiras, em uma disputa marcada por previsões que indicam uma ascensão da extrema direita.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, declarou na rede social X, que estava “indignado” com o ataque à primeira-ministra. “Condeno veementemente este ato covarde de agressão. Todos os meus pensamentos estão com você e sua família, querida Mette, e espero que você supere esse ataque horrendo em breve”, declarou.

A violência contra os políticos tornou-se um tema no período que antecede as eleições da UE. Em maio, um candidato dos social-democratas de centro-esquerda da Alemanha foi espancado e gravemente ferido enquanto fazia campanha por um assento no Parlamento Europeu.

No mês passado, o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, ficou em estado grave e passou por uma cirurgia de emergência após ser atingido por vários tiros depois de uma uma reunião de gabinete na cidade de Handlova, no centro da Eslováquia no dia 15 de maio. O ataque, com motivação política, causou grande comoção no país de 5,4 milhões de pessoas que vive uma forte divisão política há anos.

Fico culpou seus opositores políticos de terem criado um clima de “ódio” que motivou, segundo ele, o suspeito que tentou assassiná-lo. O autor do atentado foi identificado pela imprensa eslovaca como o poeta Juraj Cintula, de 71 anos.

Outro ataque a um premiê europeu ocorreu em 1986, quando o primeiro-ministro social-democrata da Suécia Olof Palme foi morto a tiros quando saía do cinema com a esposa em Estocolmo. Autoridades suecas concluíram em 2020 que o autor do crime foi Stig Engstrom, um designer gráfico conhecido como “Skandia Man” que se suicidou em 2000 e fazia parte de um círculo de críticos de Palme./AFP.

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