PT cria comissão para analisar raça de candidatos e evitar fraude

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Foto: Rafaela Felicciano

O diretório nacional do PT decidiu criar uma comissão para avaliar casos controversos de candidatos que se identificam como negros apenas para obter fatias maiores do fundo eleitoral neste ano.

O modelo são as bancas de heteroidentificação presentes em universidades. Será a primeira vez que o partido lançará mão desse instrumento.

“A aprovação desta resolução vem no sentido de permitir que as pessoas que verdadeiramente têm direito aos recursos para negros possam obtê-los, sem nenhuma possibilidade de engano”, diz Martvs das Chagas, secretário nacional de Combate ao Racismo do partido e autor da proposta aprovada na terça-feira (26). Não houve resistência à ideia.

Pelas regras eleitorais, o fundo deve ser distribuído para os candidatos negros de maneira proporcional ao número de inscritos. Assim, pretos e pardos têm direito a uma cota garantida deste montante, o que em tese aumenta a chance de terem sucesso em suas candidaturas.

A preocupação maior dos dirigentes do PT é com pessoas brancas que se declaram pardas. “O critério a nosso ver é o do fenótipo [aparência] negro”, diz o secretário.

Nos casos controversos, a comissão primeiro analisará as fotos dos candidatos e, se necessário, fará entrevistas online.

A instância terá cinco integrantes, que devem ser nomeados em reunião do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT na próxima semana. Eles devem ser petistas com perfil mais acadêmico, sem ligação direta com a máquina partidária.

A comissão nacional ficará responsável por examinar os candidatos a prefeito e vereador de cidades com mais de 100 mil habitantes. Foi feita ainda uma recomendação para que cada um dos estados crie sua própria comissão, para analisar casos de cidades menores.

A ideia é ter toda a análise dos candidatos antes do registro das candidaturas na Justiça Eleitoral, no início do segundo semestre.

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