Reforma ministerial esfria e pode pavimentar “solução interna” na Justiça

Lula. foto: Reprodução/ Youtube
por Clarissa Oliveira
A perspectiva de uma reforma ministerial ampla em janeiro perdeu espaço nas conversas de bastidores no Palácio do Planalto, o que pode pavimentar uma “solução interna” para o Ministério da Justiça, avaliam fontes próximas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ouvidas por esta reportagem.
Embora auxiliares de Lula não se arrisquem a descartar totalmente uma reformulação na Esplanada, alguns deles afirmam que o assunto deixou de aparecer em reuniões e consultas feitas por Lula nas últimas semanas.
Essa tendência, afirmou uma fonte próxima de Lula sob reserva, vem se consolidando desde que o presidente indicou que não mexeria por hora em duas posições que impactariam indiretamente na montagem da equipe: o comando nacional do PT e a presidência da Petrobras.
No caso do PT, o presidente decidiu que Gleisi Hoffmann permanecerá no partido ao menos até as eleições deste ano. Ela era cotada para o núcleo político do governo, o que resultaria em uma possível dança das cadeiras na equipe. Na Petrobras, perderam força também as pressões pela saída de Jean Paul Prates.
O nome do atual ministro da Casa Civil, Rui Costa, chegou a circular nos bastidores como alternativa para a vaga, o que também mexeria no núcleo central do governo.
Diante desse cenário, as expectativas agora se voltam principalmente para a troca na Justiça, que Lula deverá efetivar por conta da ida de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo uma fonte próxima de Lula e da Corte ouvida por esta reportagem, é cada vez mais sólida a ideia de que o presidente pode optar por uma “solução interna”, mesmo que temporária. Este é o palpite também de um ministro do STF que conversou com esta reportagem.
Com base nessa premissa, há quem aposte na permanência de Ricardo Capelli na vaga. Já oficializado no exercício do ministério, Capelli era secretário-executivo de Dino e tem atuado com força nas crises de segurança pública atravessadas pelo governo.
O nome de Ricardo Lewandowski, que chegou a ser amplamente cotado para a Justiça, também saiu dos holofotes nos últimos dias.
Uma possibilidade, dizem pessoas próximas de Lula, é que ele adie as trocas por algum tempo. Mas dificilmente ele abandonará de vez a ideia de um ajuste no time em breve. Até porque, afirmam, o próprio presidente já avisou à equipe que está avaliando o desempenho e execução de políticas em todas as pastas.