O ministro argumentou que o objetivo da desinformação é criar a imagem de que o Ministério da Justiça estaria em conluio com o crime organizado. Dino assegura que os parlamentares atuaram de forma organizada; por isso, poderiam ser enquadrados como uma organização criminosa. Ele também acionará as comissões de Ética da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
“Inicialmente, eu não tomaria nenhuma providência jurídica com essa gente. Prefiro tratá-los na esfera política, mas vi uma repercussão muito deletéria e nociva contra a comunidade da Maré e outras comunidades. Essa gente que propaga esse tipo de preconceito, na verdade, está estimulando violência e chacina”, disparou Flávio Dino.
O ministro afirmou que processar os responsáveis pela notícia falsa não é apenas um direito dele como cidadão, mas um dever como parlamentar e ministro de Estado.
Entenda o caso
No dia 13/3, o ministro da Justiça foi à favela Nova Holanda, que faz parte do Complexo da Maré, para participar de um evento e ouvir lideranças locais. Ele também recebeu um documento com demandas dos moradores da região para aprimorar a segurança.
Após a visita, parlamentares bolsonaristas publicaram vídeos de Flávio Dino entrando na comunidade supostamente sem escolta. Um deles foi Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho “03” do ex-presidente Jair Bolsonaro. No Twitter, Eduardo afirmou que convocará Flávio Dino para explicar “o nível de envolvimento dele e de seu chefe, Lula, com o crime organizado carioca”.
“Eles deveriam se notabilizar pelo trabalho parlamentar sério, respeitando a população, infelizmente, o caminho que eles escolhem é outro. Na nossa ótica, isso pode configurar o crime de calúnia, difamação, racismo com a configuração dada da lei sancionada em janeiro, e também associação criminosa, na medida em que há uma concertação desses agentes”, finalizou Dino.