Saidinhas: Lula diz que percentual de presos que não voltam é ‘tão pequeno’ que ‘não compensa destruir’ chance de visitas à família

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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante discurso no encontro virtual do G20

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar na sexta-feira (21) a decisão do Congresso Nacional, que derrubou no mês passado vetos do petista ao projeto sobre as saidinhas de presos.

A decisão dos parlamentares voltou a proibir o benefício, que deixou de ser concedido em feriados e datas comemorativas, como Dia das Mães e Natal.

Lula argumentou que presos por crimes hediondos não teriam o benefício e admitiu que contrariou, com o veto, a posição de aliados políticos. Segundo o presidente, o número de pessoas que não retornam não justificaria barrar o benefício.

“‘Ah, mas de vez em quando as pessoas fogem’. Mas é tão pequeno o percentual dos que não voltam, que não compensa a gente destruir a possibilidade da família, sabe, conversar com a essa pessoa”, disse Lula em entrevista à Rádio Meio, do Piauí.

O presidente lembrou o período em que ficou preso no Paraná por ordem do ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro e as visitas que recebia de familiares.

“Eu fiquei preso 580 dias. Você não tem noção o que era o meu prazer quando recebia meus filhos para me ver. Agora você proibir uma família, mulher e filhos, de receber um marido porque cometeu delito, sabe, você não está apostando na recuperação dele”, disse.

Lula também declarou que não se considerou derrotado com a posição dos parlamentares.

“Como eu acredito na base da sociedade democrática, que tem no seu alicerce principal a família, eu queria que as pessoas tivessem uma saidinha. Não me derrotaram. Eu não estou preso, eu não quero sair. Derrotaram uma parte do povo brasileiro. Enfraqueceu a dignidade de muita gente neste país”, afirmou.

Outros temas

Na mesma entrevista que concedeu na sexta-feira (21), Lula afirmou que:

  • vai sancionar projeto que libera jogos de azar, se o Congresso aprovar
  • houve ‘falcatrua’ por parte de uma empresa no leilão do arroz
  • não vê necessidade de reforma ministerial neste momento
  • vai se empenhar para derrotar aliados de Bolsonaro nas eleições municipais

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