Samba, candomblé e capoeira formam “trio de resistência negra”, diz sociólogo

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Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Por Amanda Garcia e Letícia Vidica *

Neste período de Carnaval, o sambista, sociólogo e escritor Tadeu Kaçula contou à CNN Rádio quais são as origens do samba.

“O samba teve um caminho longo, não nasce como gênero musical, mas como nicho de sociabilidade da população preta pós diáspora e pós abolição”, disse.

Nesse contexto, as pessoas se reuniam neste espaço para, em comunhão, “criar nicho de resistência e preservação da tradição.”

Segundo o especialista, ao longo do processo, ao lado do candomblé e capoeira, o samba “formou tríade de resistência negra no Brasil.”

O próximo passo foi a organização da indústria cultural, que coopta a música contida no samba e o transforma em gênero musical, para além do nicho de sociabilidade.

“O samba, aliado ao Carnaval, que é festa de inspiração europeia, transforma a data nesta coisa fantástica.”

Para Kaçula, “o samba teve de se ressignificar e reinventar, acompanhar a sociedade e a forma com a qual ela evolui.”

“De maneira quase darwinista ele foi se adequando para sobreviver com a pluralidade cultural, sendo importante referência de identidade nacional”, disse.

O sambista vê o gênero musical como político: “Ele sempre cumpriu essa narrativa, de ter papel didático e metodológico para contar a real história do Brasil.”

As letras debatem “a negritude e importância vital dos povos da diáspora para nossa realidade cultural, assim como os povos originários”.

*Com produção de Isabel Campos

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