No livro, ele recordou os momentos de timidez que passou na escola e relatou que não tinha confiança na adolescência para abordar as meninas pelas quais nutria um sentimento juvenil.
“Namorei pouco [na adolescência]. Tive aquelas paixonites pelas meninas lindas da escola, mas nem falava nada com elas, elas nem reparavam em mim, eu me sentia muito inadequado. Não tinha traquejo. Zero confiança, achava que não tinha nenhum sex appeal, me achava muito ruim, me achava muito equivocado, muito feio, todo errado”, afirmou ele em um trecho da obra.
Selton Mello lançou o livro no fim do ano
“Um filho salvando porta-retratos”. É assim que Selton Mello define o livro Eu Me Lembro, que comemora seus 40 anos de carreira e homenageia seus pais. O ator reuniu amigos e fãs para o lançamento da biografia, que começou a ganhar forma na pandemia e chegou às livrarias em dezembro e a coluna foi conferir o evento.
Brincalhão, na abertura da noite de autógrafos, Selton falou um pouco sobre sua obra: “Mostrei para algumas editoras e elas não se animaram muito. Acho que agora elas devem estar um pouco arrependidas”, comentou, já que o livro entrou para a lista dos mais vendidos do Brasil, ficando entre os Top 10 da categoria Não Ficção da tradicional lista de best-sellers publicada semanalmente pela revista Veja.
Emocionado com o resultado, ele deu detalhes sobre sua autobiografia: “O que costura esse livro, basicamente, é uma mãe perdendo a memória e um filho reconstruindo a memória de uma família. Então, não é só um balanço dos meus 40 anos de carreira, é também um filho salvando alguns porta-retratos”, definiu.
E continuou explicando: “Foi lindo. Lembrando, fui costurando todos os períodos da minha vida. Não só o que eu passei, mas o que meu pai e minha mãe passaram, foi bom lembrar. Minha mãe perdeu a memória com o Alzheimer. Ela é a pessoa mais importante da minha vida, junto com o meu pai, e fazer um livro de memória faz muito sentido nesse momento”.
Com presença de amigos famosos e pai, Selton aproveitou para se declarar: “Meu pai é o cara mais importante que existe na minha vida, meu pai e minha mãe. Pai e mãe, não tem nada mais importante do que isso, e meu pai tá super-homenageado nesse livro, não é só ela não, são os meus pais e tudo o que ele fez. Pai, obrigado”, afirmou, antes de revelar outro homenageado:
“Esse livro também é uma grande homenagem ao ator mais importante que já cruzou meu caminho, que é o Paulo José. E a Bel Kutner tá aqui, a filha dele, e viva Paulo. Então é isso, rememorando minha vida, eu fui também homenageando pessoas que me inspiraram e foram importantes na minha trajetória. O resto tá no livro”, brincou.
Questionado se algo o incomodou na hora de escrever o livro, o ator foi taxativo: “Tudo foi bom, inclusive as coisas ruins. O Suassuna fala ‘tudo que é bom, é ruim de contar. Tudo que é ruim, é bom de contar’. Então, tudo faz parte da minha história, tudo faz parte do meu crescimento. Estou muito realizado. É uma celebração de um período importante da minha vida e saber que o público tem interesse em saber o que eu penso, sonho em fazer, dá uma coisa boa no coração”, comentou.
A autobiografia de Selton Mello é narrada em primeira pessoa, em resposta a uma série de perguntas feitas por um time de 40 estrelas da TV, teatro, cinema e literatura, como Fernanda Montenegro, Lázaro Ramos, Zuenir Ventura, Marjorie Estiano, Jeferson Tenório e Fábio Assunção.