Sem apoio de Pacheco, Alcolumbre e ministros do STF, governo Lula corria risco de derrota na indicação de Dino

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Segundo aliados, Lula vê Dino como alguém que tem “perfil complementar” ao de Zanin. FOTO: REUTERS

Por Valdo Cruz

O governo Lula ganhou ao aprovar Flávio Dino e Paulo Gonet para o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), mas deve a vitória ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP); e a ministros do STF.

Sem eles, o governo corria o risco de ser derrotado pela oposição, que tentou de todas as formas rejeitar o nome do ministro da Justiça para o Supremo.

O resultado final trouxe um alívio para os governistas, que chegaram a temer um placar bem mais magro, de 43 votos a favor de Flávio Dino, depois de apostarem em uma votação otimista, com mais de 50 votos. Já Paulo Gonet Branco em nenhum momento correu risco de não ser aprovado.

Dino teve só seis votos a mais do que o mínimo necessário. O número mostra que a oposição está votando fechada em algumas pautas. A oposição tem, no mínimo, 25 votos, mas consegue atrair senadores independentes e, na votação da quarta-feira (13), chegou a 31 votos contra Dino.

Paulo Gonet Branco foi aprovado com 65 votos a favor e apenas 11 contra, um placar com folga. A maioria da oposição votou favorável ao novo procurador-geral da República. Gonet é visto como o nome capaz de unificar o Ministério Público Federal.

Sucessão na Justiça

Após a aprovação de Flávio Dino para o STF, a pressão vai aumentar pela chefia do Ministério da Justiça. O PT quer a vaga, e Ricardo Lewandowski é visto como favorito.

Assessores do presidente defendem que ele defina novo nome ainda neste ano, mas Lula já sinalizou que pode deixar a escolha para uma reforma ministerial no ano que vem. Dino só assume a vaga no STF em fevereiro.

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