“Nós vamos ter problemas políticos e, em vez de reclamar dos problemas políticos, nós temos que ser inteligentes e tentar resolvê-los. Eu não tenho que gostar do presidente do Chile, da Argentina, da Venezuela. Ele não tem que ser meu amigo, ele tem que ser presidente do país dele”, ressaltou o petista.
A declaração de Lula ocorreu durante pronunciamento do presidente na cerimônia de formatura dos futuros diplomatas do Instituto Rio Branco, no Palácio Itamaraty. No discurso, o titular do Planalto enfatizou a importância de uma cooperação regional fortalecida e de relações próximas ao continente africano.
“Temos que sentar na mesa, cada um defendendo seus interesses. Não pode ter supremacia um sobre o outro. A gente tem que chegar a um acordo, essa é a arte da democracia”, prosseguiu.
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Eleito no último domingo (19/11), Milei representa um contraponto ao atual governo da Argentina, que enfrenta um fracasso econômico. Dono de opiniões polêmicas, o candidato visto como “anarcocapitalista” obteve a vitória contra o ministro da Economia, Sergio Massa, prometendo dolarizar a economia, fechar o Banco Central Argentino e deixar o Mercosul.
Relações entre governos
Horas após o resultado das urnas na Argentina, Lula também não citou o nome de Milei ao parabenizar as “instituições argentinas pela condução do processo eleitoral e ao povo argentino que participou da jornada eleitoral de forma ordeira e pacífica”. O petista ainda desejou “êxito ao novo governo”.
O presidente eleito no país vizinho havia taxado o colega brasileiro de “comunista e corrupto” e indicou que recusaria se encontrar com Lula. Milei é admirador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem recebeu apoio na campanha. Bolsonaro é esperado na posse do argentino. Lula, por outro lado, deve enviar representante.