Servidores da Saúde cobram piso salarial e vaiam Lula em evento

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Lula. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Por Priscilla Brito

Na quarta-feira (22), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi vaiado por um grupo de servidores da Saúde durante o relançamento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e de Recriação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (CONDRAF), durante evento no Recife (PE).

Na ocasião, profissionais da enfermagem cobraram o pagamento do piso salarial da categoria com palavras de ordem, como: “Pague o piso”, “Enfermagem acordou” e “Se não paga, para”.

Após as manifestações, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, comunicou que “em breve, o presidente da República vai assinar o piso salarial da categoria”. De acordo com o ministro, a situação será resolvida até o final deste mês.

Aprovado pelo Congresso Nacional em junho do ano passado e, sancionado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o projeto de lei estabeleceu o novo piso salarial para enfermeiros, contratados em regime CLT em R$ 4.750 mensais, para técnicos de enfermagem em R$ 3.325 e para auxiliares e obstetrizes o valor de R$ 2.375.

Após os protestos, Lula também comentou sobre o piso da enfermagem.

– O presidente da República não pode atropelar a decisão, quem fazia isso era o “boco roto” do Bolsonaro, que ficava xingando a Suprema Corte todo dia. Eu quero respeitar a decisão. (…) Quero dizer pra vocês é que, primeiro, a rede hospitalar privada pode pagar. Quem tem dificuldade de pagar são as santas casas. Mas para as santas casas deste país não se atrapalharem para pagar o piso, a gente vai tomar a decisão de fazer um subsídio para financiar o pagamento, ou uma parte do pagamento das santas casas – disse.

Lula informou ainda que nesta quarta o ministro da Casa Civil, Rui Costa, junto com o ministro Luis Roberto Barroso, do STF, conversaram sobre o assunto.

– A única decisão que eu não posso é tomar uma decisão com o processo na Suprema Corte. Então hoje, o nosso ministro da Casa Civil foi ao gabinete do ministro Barroso tentar conversar com ele para ver se ele tomava logo a decisão para liberar o governo de tomar a decisão – informou.

Durante o evento, Lula citou a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) que, teve seu nome vaiado pelo público e pelos servidores da Saúde. O presidente não gostou e contestou as manifestações que, de acordo com ele, deveriam ter sido direcionadas ao ex-presidente, Bolsonaro, no período de seu mandato.

– As pessoas que vaiaram a governadora de Pernambuco deveriam ter vaiado Bolsonaro durante os quatro anos de governo dele. Raquel é nossa adversária, mas aqui é nossa convidada. Podem me vaiar a vontade, mas respeitem meus convidados – impôs Lula.

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