Silêncio de Lula sobre a economia aumenta a aflição dos mais ricos

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Foto: Reprodução

Por Ricardo Noblat

Lula vai pôr a criação de empregos como foco principal do seu plano de governo. Mas sem estipular metas, ao contrário do que fez quando se elegeu presidente em 2002. Em seguida, virá o cuidado com a Saúde pública, o meio ambiente e outras coisas.

Mas não é isso o que os donos do dinheiro querem saber e cobram com impaciência. Querem saber se suas fortunas serão afetadas pelas medidas que ele adote, e quanto, e como. E que chances terão de continuar ganhando muito. É só o que lhes interessa.

Daí a irritação com a mudez fingida de Lula. E a pressão para que ele diga o que fará. Daí a renovação de convites para que ele participe de debates com formadores de opinião. Lula tem fugido disso como o diabo da cruz. E sente prazer em fugir.

Vez ou outra, só para provocá-los, lembra quanto os endinheirados embolsaram nos seus dois governos – embora esqueça de citar quanto deixaram de embolsar no segundo governo de Dilma. Entre outros motivos, ela caiu justamente por isso.

Lula é comedido ao lembrar que um número expressivo de representantes do PIB nacional beijou sua mão e suplicou para que fosse candidato a presidente em 2014, ao invés de Dilma. Mas tão cedo irá sossegá-los ou aumentar o medo que sentem.

Não é a vingança maldita de quem se sentiu abandonado pelas cabeças coroadas do capital nos 581 dias em que foi mantido preso em Curitiba. É porque não vê necessidade. Por ora, sua prioridade é criar as condições para governar com maioria no Congresso.

Se não for assim, acaba esmagado pela herança que Bolsonaro lhe deixará, tornando-se apenas um administrador de crises, cada uma maior do que a outra. E não terá valido a pena se eleger. Campanha, ao seu tempo. A hora é da política aos cochichos.

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