Site francês Mediapart acusa Marine Le Pen de desvio de dinheiro da União Europeia
Representantes do partido de extrema direita Reunião Nacional (RN) reagiram, neste domingo (17), às acusações de desvio de dinheiro público europeu pela candidata à eleição presidencial na França Marine Le Pen. As denúncias foram feitas pelo site Mediapart a apenas sete dias do segundo turno.
Marine Le Pen e políticos próximos à candidata são acusados pelo Escritório Europeu de Luta Antifraude (Olaf) de ter desviado mais de € 600 mil (mais de R$ 3 milhões) das contas da União Europeia ao longo de seu mandato de eurodeputada. As informações são de um relatório entregue à Justiça francesa e revelado no sábado (16) por Mediapart (em francês).
Membros do RN classificaram as acusações de “montagem grosseira” e acusaram a União Europeia de tentativa de ingerência na campanha para a eleição.
“É o escritório contra o qual fizemos duas queixas” e haverá “obviamente uma terceira queixa”, disse neste domingo o presidente do RN, Jordan Bardella, ao canal de TV francês Cnews.
“Os franceses não se deixarão enganar pelas tentativas da União Europeia e das instituições europeias” para “interferir na campanha presidencial e prejudicar Marine Le Pen”, afirmou.
“O país onde o poder tenta criminalizar os opositores através de montagens grosseiras se chama ditadura”, reagiu no Twitter Philippe Olivier, conselheiro especial da candidata.
Recidivista
O relatório do Olaf, publicado pelo site, se refere a gastos dos grupos políticos europeus que Marine Le Pen e próximos teriam usado para fins de política nacional, despesas pessoais ou prestações em benefício de empresas ligadas a seu partido e ao grupo parlamentar de extrema direita Europa das Nações e Liberdades (ENL).
O Olaf acusa a candidata, além de três ex-deputados europeus: o pai de Marine, Jean-Marie Le Pen, seu ex-companheiro, Louis Aliot, e Bruno Gollnishc, membro do escritório nacional do RN.
De acordo com o documento, a candidata teria desviado pessoalmente aproximadamente € 137 mil (quase R$ 700 mil) de dinheiro público da sede do Parlamento europeu de Estrasburgo, na França, entre 2004 e 2017.
Essa não é a primeira vez que Marine Le Pen se envolve em casos de corrupção. Desde junho de 2017, ela é investigada por suspeita de empregos fantasmas no Parlamento europeu e por “desvio de fundos públicos” e “cumplicidade” neste delito.
(Com informações de agências de notícias)