Suspeito de assediar escrivã Rafaela Drumond é isento pela Justiça

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Rafaela Drumond. Foto: Reprodução

A Justiça de Minas Gerais arquivou, no dia 19/10, o inquérito policial que investigava a morte da escrivã Rafaela Drumond, encontrada morta em casa no dia 9 de junho deste ano. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), na decisão, foi apontada a inocência do investigador Celso Trindade de Andrade, investigado por suspeita de assédio contra a escrivã na Delegacia de Carandaí, onde os mesmos trabalhavam.

Na época, poucos dias após a morte de Rafaela, foi encontrado um vídeo onde, nas imagens, é possível ouvir Celso a chamando de “piranha”, e a escrivã afirmando que iria denunciar o caso ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Em nota, o MPMG informou que as ofensas proferidas pelo investigador de polícia sofreram o efeito da decadência por não terem sido adotadas as providências exigidas por lei dentro do prazo. Dessa forma, a punição de Celso, por suposto crime de injúria, foi extinta.

Conforme a documentação, o arquivamento também foi feito em relação aos crimes de instigação ou auxílio ao suicídio, onde foi constatada a impossibilidade do ato ter sido motivado por terceiros, e sobre a apuração de assédio moral. A decisão foi tomada pela juíza Marié Verceses da Silva Maia, da Justiça de Carandaí.

Ainda segundo o TJMG, Itamar Cláudio Netto, o qual o Ministério público apontou omissão na adoção de providências disciplinares contra os envolvidos na discussão ocorrida no interior da unidade policial, a juíza indicou que a comarca não seria competente para analisar o caso e transferiu o mesmo para o Juizado Especial Criminal, órgão responsável pelas infrações de menor potencial ofensivo.

O processo teve sigilo quebrado na terça-feira (24/10).

Relembre o caso

A Polícia Civil de Minas Gerais investigava a morte da escrivã Rafaela Drummond. Uma semana antes, ela havia feito denúncias de assédio e sobrecarga de trabalho.

Ela foi encontrada morta pelos pais no dia 9 de junho, em um distrito da cidade de Antônio Carlos, na região de Campo das Vertentes, em Minas Gerais. Segundo informações do Registro de Eventos de Defesa Social da Polícia Militar (REDS), o caso foi registrado suicídio.

Dias antes de sua morte, Rafaela, que trabalhava na cidade Carandaí (MG), protocolou uma série de denúncias de assédio moral, sexual, pressão psicológica e sobrecarga no ambiente de trabalho ao Sindep-MG (Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais). Além das denúncias, áudios em que a vítima detalha episódios de perseguição dentro da instituição, vazados nas redes sociais, motivaram abertura de inquérito para a apuração do caso.

 

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