Suspeito de pagar R$ 24 mil em aluguel de ônibus para atos de 8 de janeiro é preso pela PF; homem invadiu Congresso

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Prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) foi invadido no 8 de janeiro

Por João Souza, Monica Melo

Um homem foi preso na manhã da segunda-feira (8), em Salvador (Bahia), durante a operação da Polícia Federal que cumpriu mandados contra suspeitos de financiar e fomentar os atos golpistas contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

O homem foi identificado como Wagner Ferreira Filho, que teria pagado R$ 24 mil para fretar um ônibus de manifestantes. A TV Globo apurou que foi encontrado material genético dele na esquadria de vidro do Salão Negro do Congresso Nacional.

Ele é acusado também de ser responsável pela contratação de um ônibus de uma empresa baiana chamada Montes Claros, para transportar manifestantes até o local dos atos.

Além da prisão, dois mandados de busca a apreensão foram cumpridos na Bahia: um na capital baiana e outro em uma cidade que fica na região no oeste do estado, que não foi detalhada.

Conforme apuração da TV Globo, ao todo, a operação visava cumprir 47 ordens judiciais: 46 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva. Os nomes dos alvos não foram divulgados até a última atualização desta reportagem.

As ações são cumpridas no Distrito Federal e em vários estados, como Bahia, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Maranhão, Paraná, Rondônia, São Paulo, Tocantins e Santa Catarina.

‘Lesa Pátria’

A operação é autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes também determinou bloqueio e indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados. Segundo as investigações, os prejuízos ao patrimônio público são de quase os R$ 40 milhões.

Segundo a PF, as ações da segunda (8) compuseram a 23ª fase da operação Lesa Pátria, deflagrada no dia seguinte aos atos golpistas para investigar participantes, financiadores e mentores do episódio.

As investigações subsidiaram, por exemplo, o relatório da CPI dos Atos Golpistas no Congresso e as mais de 6,2 mil decisões tomadas pelo ministro Alexandre de Moraes nos processos relativos aos atos.

De acordo com um balanço do STF, 146 réus serão julgados até abril de 2024 em 10 sessões virtuais. Além desses réus, o STF retomará o julgamento, a partir de fevereiro, de outras 29 ações penais.

Desde setembro, quando começou a julgar os casos, a Corte já condenou 30 pessoas acusadas de participação nos atos antidemocráticas.

A operação Lesa Pátria é tratada pela PF como permanente, e os suspeitos de participação e financiamento são investigados por seis crimes:

  • abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • golpe de Estado;
  • dano qualificado;
  • associação criminosa;
  • incitação ao crime;
  • destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

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