Suspeitos de matar mulher trans a facadas em João Pessoa são identificados
A Polícia Civil identificou alguns suspeitos de matar uma mulher trans com golpes de faca, na madrugada da quinta-feira (9), em João Pessoa. Eles foram reconhecidos por meio de imagens gravadas por câmeras de segurança instaladas na região em que o crime aconteceu, entre as avenidas Edson Ramalho e Jacinto Dantas.
As investigações estão sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios da capital paraibana, que preferiu não divulgar os nomes dos suspeitos e as linhas de investigação que está seguindo para solucionar a morte de Yasmin, como a vítima, de 23 anos, era conhecida.
Ainda na quinta-feira (9), a polícia chegou a informar que trabalhava com as hipóteses de latrocínio ou de desentendimento durante um programa sexual.
Conforme informações do delegado Diego Garcia, em entrevista ao JPB1, a bolsa da vítima foi encontrada em outro local, por isso a possibilidade de latrocínio é uma das analisadas.
Mas, testemunhas também relataram que viram dois homens com Yasmin no momento do crime. Imagens de câmeras de monitoramento registraram um homem alto e magro correndo próximo ao local.
Conforme informações da polícia, após ter sido ferida, Yasmin saiu correndo e caiu no ponto onde morreu. Câmeras de monitoramento mostram quando a mulher, ainda com vida, é encontrada em uma calçada por um motoboy que tenta ligar para pedir socorro. Em seguida, colegas de Yasmin chegam e permanecem no local.
Uma viatura da Polícia Militar passava pela avenida no momento e acionou uma equipe do Samu que fez os primeiros socorros, mas logo em seguida constatou o óbito. De acordo com a perícia, Yasmin foi vítima de golpes no pescoço, peito e ombro.
Ao JPB1, a presidente da Associação de Travestis ou Transsexuais da Paraíba (Astrapa), Andreina Villarim, lamentou a crescente violência contra pessoas transexuais no Brasil.
“Isso tem sido uma crescente no Brasil e na sociedade. Tem se naturalizado muito essa violência contra travestis e transexuais”.
Ela afirma que uma das reivindicações da associação é formação para a segurança pública, no que diz respeito ao atendimento das vítimas desse tipo de violência. “Nós temos procurado os espaços de segurança pública, inclusive é até uma reivindicação nossa uma formação, porque muitas travestis não têm nomes readequados, nem gênero readequado, mas elas estão dentro da questão da violência contra a mulher, então a denúncia é importante para a gente não virar estatística”, relatou.