Tem atração pelo sobrenatural? Especialista explica esse comportamento

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Primeira Morte é baseada em uma história curta da autora Victoria “V. E.” Schwab, e é best-seller do New York Times. Foto: Netflix/Divulgação

First Kill ou Primeira Morte, série baseada no conto homônimo de Victoria Schwab, estreou no início deste mês, na Netflix, e já está sendo bastante comentada nas redes sociais. Mas, por que as pessoas gostam tanto dessas narrativas envolvendo vampiros, lobos e outros seres mágicos?

De acordo com o psicólogo Vitor Barros, temos atração pelo inexplicável, como vida extraterrestre, misticismo e vidas passadas, porque “alimentamos fantasias que estruturam dispositivos lúdicos do nosso desenvolvimento emocional e criativo”. “Sentimos atração pois são seres misteriosos e que nos desafiam a revelarmos seus comportamentos e suas histórias, além de podermos projetar neles poderes mágicos que gostaríamos de ter”, acredita.

Não é de hoje que as produções voltadas para o “mundo sobrenatural” são amadas — e, às vezes, criticadas. Primeira Morte, por exemplo, é um romance adolescente que mistura Crepúsculo com um pouco de drama.

O enredo gira em torno de Juliette (Sarah Catherine Hook), uma vampira que precisa matar sua primeira vítima, e Calliope (Imani Lewis), uma jovem caçadora de monstros, também pressionada a ter sua primeira presa.

O que desperta o interesse

Entre as histórias que despertam mais interesse do público, estão as tramas envolvendo lobos e vampiros, como a telessérie da MTV Teen Wolf, de 2011, que narra a vida de um vampiro adolescente. Crepúsculo, adaptação dos livros da escritora americana Stephenie Meyer, que retrata o amor do vampiro Edward Cullen e da humana Isabella Swan, é outro exemplo de sucesso. Além disso, quem não se apaixonou pelos irmãos Damon e Stefan Salvatore em Os Diários de um Vampiro?

Na visão de Vitor Barros, um dos motivos para esse tipo de entretenimento bombar é devido ao estereótipo dos atores que interpretam os personagens. “Amores tórridos e impossíveis, virilidade na resolução de conflitos e impulsividades. É um processo de identificação com estes aspectos que potencializa o interesse”, emenda.

Contos que envolvem vampiros e lobos são “velhos conhecidas do público”, mas, mesmo assim, ainda fazem sucesso ou geram comentários a cada novo lançamento. O psicólogo explica que se trata de um interesse “que não se esgota”. “Acontece pois são narrativas que requerem sempre continuações e novos cenários, como romances, guerras e disputas”, pontua.

Mesmo a sociedade em frequente evolução, principalmente tecnológica, as produções com esse fundo seguem emocionando. O especialista garante ainda terá espaço para o “plano místico” no coração dos telespectadores. “Como pessoas, jamais abandonaremos tais interesses. Uns tem mais, outros bem menos. Não há nada patológico nisso, mas pode influenciar diretamente na capacidade criativa de cada um”, finaliza.

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