Tensão aumenta na China com investidores pedindo flexibilização

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Imagem: Getty Images

(Bloomberg) — Os investidores têm uma mensagem clara para os formuladores de políticas da China: é necessário mais estímulo, e rápido, para reacender uma recuperação estagnada nos mercados.

A decisão do Banco Popular da China de dar às instituições financeira um aumento de liquidez modesto sexta-feira foi recebida com quedas nas ações na segunda-feira.

E com os dados mostrando que os gastos do consumidor caíram em março, pesando sobre o sentimento, o mercado está esperando para ver o que os formuladores de políticas farão com as taxas primárias de empréstimos na quarta-feira.

“O mercado precisa de planos de impacto com medidas de alívio para o setor imobiliário, remoção do excesso regulatório na tecnologia e o fim da política de Covid-Zero da China”, disse Kerry Goh, diretor de investimentos da Kamet Capital Partners. “Não há estímulo único que possa reanimar os mercados e a economia.”

Ativos da segunda maior economia do mundo têm caído com o compromisso firme com o Covid-Zero, a incerteza sobre a mudança regulatória e uma desaceleração imobiliária minando a demanda.

O índice de referência CSI 300 registra queda de cerca de 15% este ano e permanece em um mercado de baixa enquanto os rendimentos de títulos sobem, ressaltando as preocupações de que Pequim pode não estar fazendo o suficiente para conter a desaceleração do crescimento.

Embora o banco central chinês tenha reduzido o índice de compulsório para a maioria dos bancos em 0,25 ponto percentual na sexta-feira, absteve-se de cortar as taxas de juros, adotando uma abordagem cautelosa de flexibilização monetária. Os bancos chineses devem decidir sobre as taxas primárias de empréstimo – os custos de empréstimo de referência de fato – em 20 de abril.

Sinalizando crescimento

Mas o mercado imobiliário do país está em queda, os gastos no varejo despencaram em março, quando os lockdowns confinaram milhões em suas casas, e o desemprego atingiu a maior taxa desde os estágios iniciais da pandemia.

“Vemos ventos contrários crescentes para o crescimento da China em 2022” disse Zerlina Zeng, analista sênior de pesquisa da CreditSights Singapore, em nota. A empresa espera que o BC chinês se concentre em medidas direcionadas de flexibilização de crédito para reduzir os custos de financiamento como parte dos esforços para impulsionar o crescimento.

Embora os números do PIB do primeiro trimestre da China possam mascarar os danos dos lockdowns nos grandes centros, incluindo a potência financeira de Xangai, fissuras podem começar a aparecer mais à frente. Isso seria um mau presságio para ativos de risco, incluindo ações e crédito, dizem os estrategistas.

China's yield premium to Treasuries has disappeared
China’s yield premium to Treasuries has disappeared

O desaparecimento do prêmio que os títulos chineses tinham por muito tempo sobre os Treasuries americanos, exacerbado por um Federal Reserve hawkish, também pode acelerar a saída de investidores estrangeiros do segundo maior mercado de dívida do mundo, de acordo com a Daiwa Capital Markets.

©2022 Bloomberg L.P.

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