Trump assinará decreto contra canudos de papel e promete ‘volta ao plástico’

Trump assina ordens executivas, em 20 de janeiro de 2025. — Foto: Jim WATSON / POOL / AFP
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na sexta-feira (7) que expedirá um decreto contra os canudos de papel ecológicos promovidos por seu antecessor, Joe Biden, e prometeu propagar os canudos de plástico no país.
“Volta ao plástico”, disse Trump em sua plataforma Truth Social.
Seu antecessor, o democrata Biden, havia estabelecido a meta de eliminar, na medida do possível, o uso de utensílios plásticos descartáveis, incluindo canudos, em departamentos e órgãos federais até 2035.
Trump não detalhou o plano. “Assinarei uma ordem executiva na próxima semana, encerrando a ridícula iniciativa de Biden em favor de canudos de papel, que não funcionam”, escreveu.
O governo Biden, no ano passado, determinou a eliminação gradual do plástico de uso único das operações de serviços de alimentação, eventos e embalagens do governo federal até 2027. Para as operações federais em geral, a meta iria até 2035.
Trump é negacionista em relação às mudanças climáticas, considera a transição energética uma “fraude” e prometeu aumentar a produção de petróleo e gás.
Canudos, copos e talheres descartáveis são muito utilizados pelos americanos, grandes consumidores de refeições para levar ou entregues em casa.
O canudo não reciclável se tornou um dos principais símbolos mundiais da poluição por plástico, especialmente nos oceanos.
A poluição plástica se converteu num dos principais desafios ambientais e climáticos de hoje. A produção de plásticos dobrou nos últimos 20 anos no mundo e ganhou novos setores.
O material é produzido a partir de combustíveis fósseis e gera 3% das emissões globais de gases de efeito estufa, responsáveis pela crise climática.
A produção de lixo plástico também dobrou em duas décadas, e projeções indicam que ela deve triplicar até 2060. Apenas 9% do plástico é reciclado globalmente. A maior parte vaza para o meio ambiente por causa de sistemas de descarte e coleta ineficazes, quando não inexistentes, que fizeram do plástico um resíduo onipresente, com consequências para a saúde humana e do planeta.