Trump defende colocar bandeira da China em aviões para atacar a Rússia

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Discurso do ex-presidente se deu em evento do Partido Republicano em Nova Orleans; para ele, Putin é “brilhante” e a invasão vale a pena

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - AFP/Arquivos

Por Olavo David

Em mais uma aparição controversa, o ex-presidente norte-americano Donald Trump apresentou uma estratégia incomum para combater o avanço russo na Ucrânia. Durante evento do Partido Republicano dos EUA, ele sugeriu trocar bandeiras de aviões do país, adesivar com a bandeira da China e atacar os russos, gerando uma confusão nas defesas de Vladimir Putin.

Trump discursou por cerca de uma hora na cidade de Nova Orleans, no último sábado (5/3). “Então nós diríamos: ‘a China fez isso, nós não fizemos. A China fez’. E então eles começariam a brigar entre si e nós sentaríamos e assistiríamos”, declarou o ex-presidente para uma plateia de correligionários, segundo o Washington Post.

Em fevereiro, Trump chegou a classificar como “genial” a invasão russa, que, segundo ele, trocaria sanções “de dois dólares” pela conquista de um país. Na avaliação dele, Putin é um líder “brilhante”.

No discurso, ele voltou a contestar, sem provas, a lisura do processo eleitoral norte-americano. Tais falas incentivaram, de acordo com a Suprema Corte do país, os ataques extremistas ao Capitólio – espécie de Congresso Nacional nos EUA.

Envio militar

Sem seguir a estratégia de Trump, os EUA se preparam o apoio logístico para envio de aviões de guerra poloneses ao território ucraniano.

De acordo com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Anthony Blinken, a Otan deu “sinal verde” para que os países do grupo enviem aviões de guerra à Ucrânia. A declaração foi dada na manhã deste domingo (6/3), pelo horário de Brasília, em entrevista à rede norte-americana CBS.

Blinken, que está na Moldávia, país vizinho aos conflitos, respondeu a algumas perguntas no programa Face the Nation (Encare a Nação, em tradução livre). Conforme disse, os EUA conversam com a Polônia – país que integra a Otan e demonstrou vontade de auxiliar no esforço de guerra ucraniano – e procuram formas de apoiar logisticamente o envio.

“Nós estamos conversando com nossos colegas poloneses para saber como podemos ajudar em suas necessidades, caso eles realmente escolham por mandar esses jatos para os ucranianos. Estamos em discussões neste momento sobre isso”, pontuou o secretário.

Efeitos do conflito

Já são 11 dias de combates na Ucrânia. Uma missão de monitoramento da ONU divulgou que 364 civis morreram em meio aos confrontos, além de 759 pessoas que ficaram feridas.

O destacamento das Nações Unidas pontua, porém, que o número real provavelmente é maior. O conflito foi conflagrado em 24 de fevereiro e, até o momento, as negociações de paz conseguiram somente um cessar-fogo parcial que sequer é cumprido.

Ainda de acordo com a ONU, mas com o braço da entidade para questões de movimentos migratórios forçados, a Acnur, o conflito deflagrado pelos russos já tem saldo de 1,5 milhão de refugiados.

Desde o início da guerra, alertam observatórios internacionais, mais de 11 mil pessoas foram presas na Rússia. No país, o presidente Vladimir Putin acirrou as medidas de controle social.

Apesar disso, a queda do Rublo, moeda local, e a alta inflacionária gerada pelas sanções internacionais têm se somado aos motes pacifistas ecoados nas ruas da Rússia.

Polônia e Romênia – além da própria Rússia – são os principais destinos daqueles que perderam suas casas em meio a tiros e bombas.

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