
Foto: Reprodução
E 2021, o ano que parecia não acabar, passou. O prenúncio que deixa não é conciliável com os votos protocolares de feliz ano novo. O melhor desejo é o de que cada um consiga cultivar em si o propósito de sublimar os revezes buscando a renovação no espírito, se munindo de persistência e determinação para quitar os restos a pagar.
A expressão não é uma apropriação casual da terminologia orçamentária nacional, pois o principal combate será nesse campo em que os recursos foram empregados sem qualquer vínculo com as necessidades do país (des) orientados por uma gestão ideológica e eleitoreira, de complexa reversão.
O restos a pagar tornou-se mecanismo de gestão e produziu um orçamento paralelo que impôs o chamado teto de gastos, sepultado por Arthur Lira e entorno.
O país está aos cacos em todos os planos – político, econômico, sanitário, social e moral. A pandemia teve no governo federal um cúmplice infiltrado no organismo social a boicotar os esforços pela sua regressão. Ao inverso da cronologia humana o método cumpriu uma escala do idoso ao infantil, estágio em que se desenvolve hoje a batalha entre a imunização e o contágio estimulado.
A União, assim definida juridicamente, é uma abstração só percebida como coletora e distribuidora de impostos. Não tem CEP, lá o carteiro não passa. Ninguém mora na União, mas em ruas, cidades, sejam capitais ou municípios, onde o cidadão convive e se reconhece no ambiente social. E onde cumpre as leis que regem a vida em sociedade.
Mas a União, em ironia com o sinônimo solidário que carrega o vocábulo, fez da rede que contorna e tece as relações entre indivíduos, um só fio desencapado. Não foi elo, mas separatista, elegendo Estados e municípios como adversários.
Em cada esquina, restaurante, bar padaria ou quitanda, a milícia antivacina, máscara e prudência produz conflitos – e até mortes como uma variante a ampliar as estatísticas macabras da Covid.