União Europeia inclui líder da Igreja Ortodoxa russa em pacote de sanções
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O Papa Francisco e o Patriarca Kirill, líder da Igreja Ortodoxa russa, em um encontro histórico realizado em Cuba em 2016. Francisco decidiu cancelar nova reunião dos dois pelos posicionamentos de Kirill a favor da guerra — Foto: Reuters
A União Europeia incluiu o líder da Igreja Ortodoxa da Rússia, o patriarca Kirill, na lista do novo pacote de sanções do bloco ao governo russo, anunciado nesta quarta-feira (4).
Esta é a primeira vez que Bruxelas inclui um líder religioso nas sanções que vem aplicando à Rússia desde o início da invasão de tropas do país à Ucrânia, em 24 de fevereiro. No entanto, a União Europeia já incluiu empresários e militares próximos ao presidente russo, Vladimir Putin, nas listas anteriores. E Kirill é um forte aliado de Putin, seguidor de sua Igreja.
Além disso, o líder ortodoxo já manifestou apoio à invasão da Rússia na Ucrânia diversas vezes.
Falta de consenso na UE
O pacote de sanções no qual Kirill foi inserido é o sexto anunciado pela União Europeia desde o início da guerra. A medida ainda precisa ser aprovada pelos países do bloco. Nesta quarta-feira (4), no entanto, ainda não houve consenso entre os governos, que voltarão a debater as novas sanções na quinta-feira (5).
Na reunião desta quarta-feira, a Hungria se posicionou contra o pacote, apoiado por países como Finlândia e República Checa.
Tensões com o Papa
Também nesta quarta-feira (4), o patriarca Kirill repreendeu o Papa Francisco, que criticou o líder ortodoxo pro sua proximidade com Putin. Em entrevista ao jornal italiano “Corriere Della Sera”, Francisco disse que Kirill “não pode se tornar o coroinha” do presidente russo.