USP decide demitir professor acusado de abuso sexual por alunos

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Professor Alysson Mascaro — Foto: Redes Sociais

A Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) decidiu na quinta-feira (11) exonerar Alysson Mascaro, professor acusado de assédio a abuso sexual por estudantes.

Em decisão unanime, a congregação da unidade julgou procedentes os relatos contra o docente. Agora, cabe à reitoria oficializar a demissão.

Procurada, a defesa de Mascaro disse estar preparando uma nota sobre a decisão.

A investigação na USP durou mais de oito meses, período em que o acusado esteve afastado de suas funções. Em 12 de fevereiro, a instituição abriu um PAD (Processo Administrativo Disciplinar) contra Mascaro. O procedimento ocorreu a pedido da Procuradoria Geral da instituição, que, num relatório preliminar, apontou indícios de materialidade nas denúncias.

Alunos e ex-alunos da Faculdade de Direito que acusam Alysson Mascaro de abuso sexual relataram à reportagem que o professor atraía vítimas a seu apartamento oferecendo conselhos acadêmicos.

Um deles, convidado por Mascaro para uma conversa em 2022, disse ter sido coagido a ficar de cueca e abraçar o professor. Mascaro teria dito estar imitando a maneira como filósofos e seus discípulos se relacionavam na Grécia Antiga.

As denúncias também chegaram à polícia, que realiza investigação a pedido do Ministério Público.

Alysson Mascaro é advogado, pensador marxista e professor associado da Faculdade de Direito desde 2006.

Antes de os casos surgirem, em 30 de novembro, ele publicou uma nota nas redes sociais em que dizia estar sendo “vítima de crime cibernético, sofrendo um processo de perseguição por pessoas que, se escudando no aparente anonimato no ambiente virtual desde meados de 2023, vêm buscando atacá-lo em sua honra”.

“Tal grupo de pessoas vem perpetrando acusações inverídicas para ferir sua imagem pública, buscando descredibilizar suas posições em detrimento do debate aberto acerca de sua luta concreta e de suas ideias amplamente difundidas por meio de sua vasta obra teórica e luta política”, dizia o texto.

O acusado manteve essa argumentação durante toda investigação na USP e, recentemente, lançou um livro sobre cancelamento digital.

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