Segundo a investigação, os dados mostram que o programador recebeu, ao menos, R$ 13,5 mil nos meses anteriores e posteriores à invasão do CNJ, “possivelmente como contraprestação pelos serviços prestados, por meio de interpostas pessoas próximas da deputada”. No depoimento, Delgatti disse que foi “pago para ficar à disposição” de Zambelli.
Segundo a PF, três pagamentos vieram de Renan Goulart, servidor comissionado da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que atua como assistente parlamentar no gabinete do deputado estadual Bruno Zambelli, irmão da congressista. Goulart já foi secretário parlamentar de Zambelli, cargo em que foi sucedido por Jean Hernani Vilela, o outro remetente de recursos, autor de um repasse de R$ 3 mil. Teria havido ainda, segundo Delgatti, pagamentos em dinheiro vivo.
Além do extrato bancário, as 37 páginas da representação feita pela PF trazem muitas reportagens de jornal e o próprio depoimento de Delgatti.
Foi com base nessas informações que, com aval da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro Alexandre de Moraes expediu os mandados de busca e apreensão, além da quebra do sigilo bancário dos investigados.
Na PF
Na sexta-feira (18/8), o programador prestou novo depoimento à PF. A convocação foi feita após, na quinta-feira, Delgatti ter prestado controverso depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos atos golpistas. Lá, ele disse, entre outras coisas, que teve interlocução com as Forças Armadas para questionar a seriedade das eleições, que Bolsonaro prometera um indulto em caso de problemas penais e que teria havido um “grampo” contra o ministro Alexandre de Moraes.