Veja vídeo: Esquilo simula morte após perceber presença humana; entenda o que é a tanatose

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Esquilo se finge de morto para escapar de ameaça. Foto: Reprodução

Por Natanael Oliveira

Para nós, “se fingir de morto” no ditado popular significa, principalmente, aquela pessoa dissimulada ou que se faz de desentendida para fugir de alguma situação.

No reino animal, essa estratégia é levada um pouco mais a sério. Nesta semana, um esquilo viralizou nas redes sociais pela tentativa de se fingir de morto após perceber a presença humana dentro de uma casa.

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No caso do animal, a “atuação” atrapalhada não deu tão certo quanto ele imaginava. O pequeno esquilo se contorceu, se arrastou e até “fingiu” ter sido atingido por uma vassoura – tentativas que não convenceram ninguém.

Apesar da cena engraçada, o ato de se fingir de morto é uma estratégia utilizada por diversas espécies para fugir de predadores. A técnica, chamada de tanatose, muitas vezes é a última chance de sobrevivência de muitos animais.

O que é a tanatose

Em entrevista, o biólogo Vitor Filiputti explica como é realizado o mecanismo e a importância dele para a sobrevivência do animal.

“A tanatose é, inicialmente, um recurso usado para fugir de predadores. Inclusive, a técnica também é chamada de imobilidade tônica porque ela resulta em uma rigidez da musculatura para deixar o fingimento mais real”, afirma o biólogo.

A estratégia muitas vezes dá certo porque predadores não costumam se alimentar de presas já mortas – principalmente por achar que elas podem ter falecido por alguma doença.

Segundo o biólogo, existem dois modelos de tanatose: o pré e o pós-contato.

“A tanatose pré-contato acontece quando a presa percebe a aproximação de alguma ameaça e se prepara antes do ataque, já se mostrando morta para o predador desistir. Já o pós-contato acontece quando o predador consegue capturar a presa e, antes de ser realmente morto, o animal simula a morte para que não acabe sendo devorado”, explica Vitor.

O profissional explica que o fingimento pode ser tão bem-feito que algumas espécies alteram até o metabolismo.

“Algumas funções corporais do indivíduo, como batimento cardíaco, por exemplo, reduzem de maneira natural. É uma reação natural do corpo, o batimento cardíaco, inclusive, cai até ficar próximo de zero”, afirma.

Entre os animais que contam com a tanatose, entre os principais estão os gambás, porquinhos-da-índia, algumas espécies de coelhos e até peixes.

Além da busca pela sobrevivência

Os animais não se fingem de mortos apenas para escapar de um possível predador, mas também para alimentação e até reprodução.

O biólogo dá alguns exemplos. “As aranhas de jardim têm uma estratégia muito legal para se reproduzirem. Os machos da espécie juntam uma grande quantidade de alimento para atrair a fêmea e, quando ela chega perto, ele se finge de morto. Enquanto ela está focada em se alimentar, o macho “acorda” e promove o acasalamento.”

Além dessa estratégia para o acasalamento, também existe uma técnica de tanatose para fugir da reprodução, como explica Vitor.

“Existem libélulas que em período de acasalamento, liberam feromônios que atraem uma grande quantidade de machos. A fêmea, muitas vezes acaba ficando cansada durante o processo, então ela se enrijece e se finge de morta para espantar os machos”, afirma.

Último recurso

Apesar de ser uma técnica muitas vezes efetiva, o biólogo ressalta que ela é utilizada como a última chance de sobreviver.

“A tanatose, para a maioria das espécies, é considerada como último recurso. Então não é algo que a espécie faz constantemente. Ela vai se utilizar do recurso naquele momento que ela pensa: ‘olha, eu não tenho mais como fugir”.

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