Vencedor do Nobel da Paz em 2022 é condenado à prisão

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Ativista dos direitos humanos Ales Bialiatski. Foto: EFE/EPA/TATYANA ZENKOVICH

Um tribunal de Minsk, capital de Belarus, condenou, na sexta-feira (3/3), a dez anos de prisão o ativista de defesa dos direitos humanos e um dos vencedores do Prêmio Nobel da Paz em 2022, Alés Bialiatski, conforme divulgou a Viasna, ONG presidida por ele.

A juíza Marina Zapasnik considerou Bialiatski e outros três ativistas da organização culpados de contrabando por grupo organizado e financiamento de ações coletivas que atentam gravemente contra a ordem pública.

Por isso, foram impostas penas de sete a dez anos de prisão aos quatro integrantes do Viasna, segundo a ONG. O promotor Oleksandr Korol havia pedido para eles penas de nove a 12 anos de privação de liberdade.

Durante o julgamento, os réus se declararam inocentes. Bialiatski já estava preso desde julho de 2021, assim como os três dos outros ativistas. Eles foram acusados pelo Ministério Público de atuarem como grupo organizado de abril de 2016 até o mês da detenção.

Segundo a acusação, eles receberam dinheiro de várias estruturas e fundos de uma empresa estrangeira. Depois, com a ajuda de outras pessoas, enviaram para a Lituânia ao menos 201 mil euros (R$ 1,11 milhão) e 54 mil dólares (R$ 281,2 mil).

Segundo o processo, eles “preparam cidadãos para a participação em ações coletivas que atentam gravemente contra a ordem pública, e também financiaram e forneceram apoio material a tais ações sob a aparência de defesa de direitos humanos e atividades de caridade”.

Em 13 de janeiro deste ano, os ativistas, consideradas presos políticos pelo Viasna fizeram as últimas declarações em bielorrusso. Bialiatski garantiu que “o processo contra nós, os ativistas de direitos humanos de Viasna, têm motivações políticas”.

Segundo o Nobel da Paz, além disso, Belarus está “saturado de repressões em massa e violações totais aos direitos humanos que afetam a sociedade durante e depois da campanha eleitoral de 2020”.

– Ao invés de escutar a voz do povo, uma reação mais forte chegou à Belarus. Obviamente, a decisão política das autoridades foi esmagar e destruir a sociedade civil de Belarus – completou.

Os condenados no tribunal de Minsk poderão apelar contra a sentença.

*EFE

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