Vereadora é presa em flagrante por suspeita de embriaguez ao volante e desacato; VÍDEO

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Maria Leticia Fagundes (PV) foi presa em flagrante por embriaguez ao volante — Foto: Câmara de Vereadores de Curitiba

Por Marcela Carvalho

A vereadora Maria Leticia (PV), de Curitiba (PR), foi presa em flagrante na noite de sábado (25/11) por suspeita de embriaguez ao volante, segundo a Polícia Civil (PC-PR). O caso foi registrado na alameda Augusto Stellfeld, Centro da capital.

Imagens mostram o momento em que o carro conduzido pela parlamentar atinge outro veículo, estacionado, na traseira. Ninguém se feriu, segundo a Polícia Civil. Assista abaixo:

O caso aconteceu por volta das 20h da noite de sábado (25/11), e foi atendido pela Polícia Militar (PM-PR).

A assessoria de comunicação do mandato afirmou, em nota, que Maria Leticia “foi vítima de acidente de carro em Curitiba após passar mal”. Em depoimento à polícia, Maria Letícia alegou que houve excesso na abordagem policial.

A defesa da vereadora afirmou que não irá se manifestar no momento.

Conforme o processo aberto sobre o caso, a audiência de custódia da vereadora foi marcada para esta segunda-feira (27), às 13h15.

Vereador Maria Letícia é médica e pós-graduada em ginecologia pela USP — Foto: Reprodução
Vereador Maria Letícia é médica e pós-graduada em ginecologia pela USP — Foto: Reprodução

O caso

Segundo Boletim de Ocorrência (B.O), a polícia foi acionada para atender a ocorrência porque, segundo testemunhas, Maria Letícia estava sem condições de dirigir. No carro, com ela, estava uma assessora, de acordo com o documento.

Durante a abordagem, também conforme o B.O, a vereadora tentou funcionar o carro para fugir do local, mas foi contida pela equipe policial.

Foto feita por testemunha mostra que eixo do carro da vereadora quebrou na batida, em Curitiba — Foto: Reprodução
Foto feita por testemunha mostra que eixo do carro da vereadora quebrou na batida, em Curitiba — Foto: Reprodução

O boletim também destaca que os policiais pediram a chave do carro à parlamentar, mas ela se negou a passar alegando que era vereadora da cidade. Ao mesmo tempo, o boletim também diz que Maria Letícia afirmou que a equipe que a abordava “iria se ferrar”.

A equipe policial registrou, ainda, que a vereadora se recusou a fazer o teste do bafômetro, porém, apresentava caraterísticas de embriaguez, como hálito etílico.

Por não obedecer ordens de policiais, ela foi levada para o camburão, segundo o Boletim de Ocorrência, e precisou ser algemada devido à agressividade que apresentou.

“[…] Não obedeceu as ordens da equipe e por isso precisou ser conduzida para o camburão da viatura sem o uso de algemas. Entretanto, a senhora Maria Letícia começou a chutar e dar socos no interior da viatura e a equipe viando não causar danos a integridade da conduzida e danos patrimoniais, foi feito o uso de algemas […] Mesmo algemada, a senhora Maria Letícia continuou se debatendo no interior da viatura e dando tapas na grade interna”, diz o B.O.

Ainda de acordo com o Boletim de Ocorrência, os crimes observados na ocorrência foram:

  • Tentar se afastar do local do acidente para fugir da responsabilidade penal ou civil;
  • Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em influência do álcool ou outra substância psicoativa;
  • Desacato.

O que diz a Câmara de Vereadores

Em nota, a Câmara de Vereadores de Curitiba afirmou que ainda não recebeu nenhuma comunicação das autoridades sobre o caso, mas está à disposição para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários.

Afirmou, também, que o exercício do mandato parlamentar exige dos vereadores “uma conduta digna e responsável, com estrita obediência às normais legais e respeito aos princípios morais e éticos da sociedade”.

“Todo e qualquer ato que ofenda a legislação, em especial aqueles que coloquem em risco a incolumidade pública, serão investigados e responsabilizados na forma do Regimento Interno, sem prejuízo da apuração nas demais instâncias competentes”.

Quem é a vereadora?

Médica-legista e ginecologista, Maria Leticia (PV) tem 64 anos e está no segundo mandato consecutivo. No atual mandato, foi eleita com 4.019 votos.

Formada pela Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná e pós-graduada em Ginecologia pela Universidade de São Paulo (USP), foi por mais de 25 anos servidora de carreira na Polícia Científica, como médica-legista do Instituto Médico-Legal (IML).

Em seu primeiro mandato atuou em comissões como a de Direitos Humanos, Defesa da Cidadania e Segurança Pública e de Saúde, Bem-Estar Social e Esporte.

Maria Letícia também é autora de leis como a “Drink Maria da Penha”, que obriga estabelecimentos como bares, cafés, restaurantes e casas noturnas a adotarem medidas de auxílio e proteção à mulher em situação de risco de assédio.

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