Vettel volta a dizer que F1 pode desaparecer e critica motor “eficiente, mas inútil”

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Sebastian Vettel. Foto: Reprodução

Sebastian Vettel, sobretudo em 2021, foi uma figura importante na defesa de causas sociais e sustentáveis. E não obstante daquilo fez ao longo de toda a temporada, o tetracampeão mundial usou sua voz para alertar a Fórmula 1 sobre os riscos da utilização de recursos não sustentáveis na categoria — e já não é a primeira vez que o alemão o faz.

Em entrevista ao portal The Race, Vettel foi questionado a respeito das críticas por tentar influenciar uma política mais ‘verde’ na Fórmula 1 quando, na verdade, ela não é. Ele usa o espaço para criticar, por exemplo, o uso de motores e é duro em sua análise: os motores comuns, hoje, podem ser “supereficientes, mas são inúteis”.

“Acho que [as críticas] são válidas porque a F1 não é verde. Vivemos em uma época em que temos inovações e possibilidades de, indiscutivelmente, tornar a F1 verde também e não perder nada do espetáculo, da velocidade, do desafio, da paixão. Temos tantas pessoas inteligentes e poder de engenharia que poderíamos encontrar soluções”, disse ele.

“Embora os regulamentos atuais sejam muito empolgantes e o motor seja supereficiente, ele ainda é inútil, não vai ser uma fórmula de motor que estará no seu carro quando você decidir comprar um carro novo”, apontou. “Portanto, qual é a relevância? Há certas coisas sendo discutidas em regulamentações futuras que podem levar a mudança para áreas mais relevantes e, se vierem, isso é uma coisa boa. Se não vierem, não estou otimista. Acho que a F1 vai desaparecer se eles não vierem, e provavelmente com razão. Porque estamos na fase em que sabemos que cometemos erros e não temos tempo para continuar cometendo erros”, completou Vettel.

Em outubro deste ano, a F1 anunciou que deseja implementar uma nova geração de unidades de potência em 2025, com motores 100% sustentáveis, para atender a meta de zero emissão de carbono em 2030. Já na próxima temporada, a F1 vai usar uma mistura de combustível chamada E10, com 90% de componentes fósseis e 10% de etanol. A categoria pretende dar esse salto para ser um modelo para uso na sociedade.

Mas são a solução para o futuro? Sebastian admite que não tem todas as respostas, mas reitera seu pedido para que combustíveis sintéticos sejam usados o mais rápido possível.

“Não tenho todas as respostas. Mas temos muitos engenheiros. Se você olhar para a mobilidade, poderemos encontrar uma solução. Temos mais de um bilhão de carros no mundo movidos a combustíveis fósseis todos os dias. Aviões, trens, navios são movidos a combustíveis fósseis. Acho que a F1 deveria introduzir combustíveis sintéticos o mais rápido possível, mesmo que alguns dos regulamentos já tenham sido feitos”, explicou.

“Não temos tempo para falar de interesses pessoais ou de um fabricante. Porque há algo muito, muito maior em jogo e poderíamos usar nossos recursos: inteligência da F1, estrutura e dinheiro”, completou.

“E não se esqueça, nos últimos 10 anos, gastamos muito dinheiro em um motor que basicamente não tem relevância para as pessoas normais na rua ou para a próxima geração de carros na F1. Cada fabricante gastou mais de um bilhão no desenvolvimento desses motores. Parte desse dinheiro está disponível para promover as coisas certas”, concluiu.

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