Sabatinado no Jornal Nacional, da TV Globo, na noite de quinta-feira (25/8), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) só invadiu “terras improdutivas”. A proximidade do PT com o movimento é comumente usada por bolsonaristas para criticar o petista e afastá-lo do agronegócio.
Registros antigos, veiculados pela imprensa nacional, apontam que o MST já invadiu terras produtivas.
Em 2009, durante a segunda gestão de Lula, o grupo entrou em uma fazenda no interior de São Paulo e destruiu 5 mil pés de laranja. Em 2013, no governo Dilma Rousseff, uma pesquisa universitária foi destruída.
Na entrevista, Lula defendeu que o MST só invade terras improdutivas, que não são utilizadas para moradia nem para plantio, ou seja, que não cumprem a função social prevista pela Constituição.
Na segunda-feira (22/8), também ao JN, Jair Bolsonaro (PL) disse que “pacificou o MST, titulando terras pelo Brasil”. O presidente gosta de dizer que, no seu governo, isolou e “acabou” com o MST.
Coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues respondeu ao presidente e disse que o movimento “sempre foi pacífico e de luta”.
“Ocupamos 32 latifúndios nos últimos 4 meses. Resistimos a todas ofensivas desse Bolsonaro Genocida. Não perdemos nenhum acampamento ou assentamento. Produzimos e doamos na pandemia 7 mil toneladas de alimentos”, afirmou Rodrigues.