Viúva de Paulinho, do Roupa Nova, trabalha como ambulante para viver

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O cantor Paulinho, do Roupa Nova, e Elaine Soares. Foto: Reprodução

Por Juliana Barbosa

Elaine Soares, viúva do cantor Paulinho, do Roupa Nova, que morreu em dezembro passado vítima da Covid-19, está desempregada e precisou pedir ajuda de uma amiga, que tem uma banca que vende utensílios de acrílico no Saara, no Rio de Janeiro, para conseguir uma renda extra. Ela é formada em psicologia e direito.

“Pedi trabalho a uma amiga. Liguei para ela e perguntei se podia trabalhar. Antes ela tinha um quiosque no Centro do Rio, mas, com a pandemia, perdeu e agora está com uma banca na calçada, onde bate sol o tempo todo. Não posso cuspir no prato que comi, porque ela foi muito legal comigo. Poderia ter dito que não, mas dividiu comissão comigo. Trabalhei de segunda passada até ontem. Hoje tirei o dia para descansar porque para ganhar 10 reais para ficar o dia inteiro em pé não compensa”, revelou Elaine, em entrevista à revista Quem, nesta quinta-feira (22/12).

Elaine, que está com depressão, teve que pedir ajuda para a amiga por estar precisando de dinheiro: “Como estava chegando a semana do Natal e estou no processo de esperar o inventário e o formal de partilha – já que só a partir deles poderei seguir a minha vida, independentemente de estar trabalhando ou não – entrei em contato com minha amiga porque sabia que ela tinha essa loja para ver se ela me dava uma força nos 15 dias que antecediam o Natal. Para eu arrumar um dinheiro qualquer. Porque estou sem dinheiro”.

“Eu tenho duas formações: sou psicóloga, trabalhei 15 anos na Pfizer como gerente de recursos humanos, e depois, casada com o Paulinho, fiz faculdade de direito. Ele pagou para eu fazer. Falou: ‘faz, namorada, você leva jeito’. Fiz exame de ordem (OAB), passei. Só que durante o tempo em que estávamos casados, cuidava de tudo, de mim, dele, da casa. Viajava com ele e aí, para trabalhar, não teria a disponibilidade que precisava ter para acompanhá-lo nos lugares que acompanhei”, recordou.

A viúva, de 39 anos, trava uma briga judicial com os dois filhos de Paulinho, Twigg de Souza Santos e Pedro Paulo Castor dos Santos, a fim de ter reconhecida a união estável com Paulinho e ser incluída na divisão da herança.

 

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