Mesmo admitindo que não terão espaço nem para a leitura do documento na CPMI, o material está sendo redigido com a intenção de contrapor a versão defendida pela relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), e pela base governista.
O deputado Delegado Ramagem (PL-RJ) coordena a elaboração do relatório paralelo, e tem sido auxiliado por Felipe Barros (PL-PR) e Esperidião Amim (PP-SC). Outros parlamentares da bancada também devem participar, fazendo pontuações e incluindo detalhes que consideram importantes.
Além do indiciamento de Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que é tido como certo, o relatório da oposição também deve apontar a ausência da Força Nacional na praça dos três Poderes no dia 8 de janeiro e uma suposta negligência do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
Os parlamentares, no entanto, ainda avaliam se vão de fato pedir o indiciamento de Dino.
A ideia é limitar o relatório às provas obtidas pela CPMI, como documentos, quebras de sigilo e depoimentos coletados ao longo dos trabalhos do colegiado, para não dar margem para o questionamento de informações sobre fatos que antecederam as invasões.
Sobre a ausência da Força Nacional, por exemplo, o depoimento da cabo da Polícia Militar do Distrito Federal Marcela Pinno será usado como argumento.
À CPMI, a policial disse que os agentes da Força Nacional só teriam chegado após as 18h, quando os criminosos já tinham entrado nos prédios públicos e causado destruição.