A tríade do Centrão: o que PL, PP e Republicanos oferecem a Bolsonaro

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Bolsonaro e Ciro Nogueira. Foto: Marcos Corrêa/PR

Com o anúncio de filiação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Partido Liberal (PL), a aliança com o Centrão, bloco de partidos de centro e centro-direita, completa mais um ciclo. Depois de um ano de negociações, Bolsonaro vinha dizendo que três partidos estavam em sua bolsa de apostas: PP, PL e Republicanos, a tríade do Centrão.

A escolha pelo PL ocorreu após ameaças do presidente do partido, Valdemar Costa Neto, de deixar a base aliada, caso o presidente não se filiasse à sigla. Costa Neto chegou a ser procurado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antes de definir a filiação de Bolsonaro. O acordo contempla a participação do Progressistas (PP) e do Republicanos na coligação bolsonarista em 2022.

Por um lado, ao PP deve ser assegurado o direito de indicar o vice da chapa e apoio à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) para o comando da Câmara dos Deputados em 2023 — considerando que ele seja reeleito deputado federal. O Republicanos deve abocanhar importantes ministérios em uma eventual segunda gestão Bolsonaro.

Os três partidos vão garantir a Bolsonaro uma campanha diferente daquela de 2018, que o próprio já reconheceu como atípica e com poucas chances de se repetir. Desta vez, não mais podendo se vender como um outsider da política e para fazer frente a Lula, Bolsonaro contará com tempo de rádio e TV, verba pública, bancadas grandes, palanques nos estados e apoio de políticos tradicionais.

Além de Costa Neto, também são esperados os apoios dos caciques do PP, Ciro Nogueira, que é o atual ministro da Casa Civil, e do Republicanos, Marcos Pereira, deputado federal.

No primeiro turno do pleito de 2018, os três partidos formaram a coligação de Geraldo Alckmin (PSDB), que amargou o quarto lugar na disputa de primeiro turno. Eles também já apoiaram governos petistas no passado.

Veja abaixo os números de parlamentares, governadores e prefeitos que cada um dos três partidos tem, bem como valores dos fundos partidário e eleitoral recebidos por cada um nos últimos anos.

Para fins de propaganda eleitoral em rádio e TV, o tempo de cada partido é determinado pelo tamanho de sua bancada na Câmara dos Deputados. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulga às vésperas do início da campanha.

E o que Bolsonaro oferece?

Enquanto Bolsonaro ganha estrutura e apoios importantes para seu projeto de reeleição — inclusive fidelizando apoios que já estiveram ao lado de seu principal oponente —, os três partidos ganham com a visibilidade do presidente a chance de fazer grandes bancadas na Câmara, no Senado e nas Assembleias estaduais.

A tríade do Centrão também almeja ter bons resultados nas disputas por Executivo estaduais, elegendo um número maior de governadores e um resultado tão bom quanto teve em âmbito municipal em 2020.

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