Afastado de Moro por causa de Dino, Dallagnol já tem discurso para a cassação do senador

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O senador Sergio Moro (União-PR) e o ex-deputado federal cassado Deltan Dallagnol. Fotos: Estadão e Agência Brasil

Por João Paulo Saconi

Sergio Moro e Deltan Dallagnol ainda conversam, mas em menor frequência e intensidade desde que, em dezembro, o senador fez um afago a Flávio Dino durante a sabatina do ministro rumo ao STF. O episódio irritou o ex-procurador da Lava-Jato, que esperava uma posição contundente do antigo magistrado da operação contra a escolha de Lula para a vaga de Rosa Weber no Supremo.

Apesar do distanciamento, Dallagnol planeja se posicionar a favor de Moro no julgamento que o TRE do Paraná abre segunda para analisar a cassação do senador. O fim do mandato é defendido por PT e PL, que acusam Moro de abuso de poder econômico nas eleições de 2022.

A avaliação de Dallagnol, repassada a pessoas próximas, é que o suporte público a Moro, se ele for cassado, se fará necessário para tentar preservar o (pouco) que restou do “legado” da Lava-Jato.

Ao mesmo tempo, o aceno à base de Moro cai bem a Dallagnol porque os dois compartilham o mesmo eleitorado e, em outubro, o ex-procurador deve tentar concorrer à Prefeitura de Curitiba. Ter Moro como opositor ou inviabilizar um apoio do ex-juiz no próximo pleito não seria um bom negócio.

Cassado do cargo de deputado federal pelo TSE em 2023, Dallagnol, segundo seu entorno, tem ainda a percepção de que o Paraná já foi muito afetado por decisões como a que ameaça Moro. Felipe Francischini, o mais votado pelo estado para a Câmara em 2018 foi cassado pelo TSE em 2021 por mentir sobre as urnas.

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