‘Ainda estou transtornado’, diz irmão de diarista morta em apartamento no Rio de Janeiro

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Diarista Alice Fernandes da Silva, de 51 anos, também foi assassinada no Flamengo — Foto: Isaac Fernandes/Arquivo

A família de Alice Fernandes da Silva – diarista paraibana morta em um apartamento de luxo no Flamengo, no Rio de Janeiro, junto com a patroa – recorre aos áudios e fotos que a paraibana enviava com frequência no grupo da família em um aplicativo de mensagens para matar as saudades dela. Em um dos áudios divulgados pela família, sem revelar o contexto, ela dizia: “Lucivânia [cunhada de Alice], minha beleza tá voltando, tá! Tá voltando devagarzinho, né amor?”.

Apesar do consolo encontrado das mensagens antigas, a família ainda não aceita o que aconteceu. Alice Fernandes da Silva, que era natural de Campina Grande, foi amarrada e amordaçada, teve a garganta cortada e depois o corpo carbonizado. Ela se mudou ainda muito jovem para o Rio de Janeiro e trabalhava há 20 anos para Martha Maria Lopes Pontes, também morta no apartamento de luxo. O sepultamento aconteceu em Paciência, bairro da zona oeste da capital carioca.

O irmão de Alice, Isaac Fernandes, contou que foi a primeira pessoa da família a receber a informação da morte de Alice na Paraíba e a notícia deixou todos os familiares em choque.

“Meu sobrinho [Júnior, filho de Alice] ligou para mim, eu tinha acabado de jantar. Eu pirei. Desmoronei. Meu filho, Leonardo, quase passava mal. Eu tive que me segurar. Ainda estou transtornado. Tem hora que procuro não estar chorando na frente de ninguém, ser forte para ela (esposa) e meu filho”, explica Isaac.

Família divulga último áudio de diarista paraibana morta junto a patroa no RJ (veja vídeo clicando aqui)

“A gente só espera por justiça”, clama a cunhada de Alice, Lucivânia Marques.

A esposa de Isaac e cunhada de Alice, Lucivânia, conta que foi uma notícia que abalou toda a família e que a relação entre as duas era bem próxima.

“Foi um choque muito grande. Porque ninguém esperava. Abalou todo mundo. Até agora eu estou abalada. Acordo de manhã e cadê a mensagem dela dando bom dia que não tem? Muitos momentos a gente passou juntas. Todas as vezes que ela vinha para cá [Campina Grande], a gente ia passear”, relembra Lucivânia.

A família de Alice relembra que a diarista era uma pessoa alegre e que trazia felicidade para quem estava ao seu lado. “Ela só trazia coisas boas, trazia um astral bom. Uma pessoa do bem”, comenta o irmão.

Alice deixa três filhos e seis netos, além do marido. Essa é a segunda morte que acomete a família. Há quatro meses, a família também perdeu a mãe de Alice, mas a perda foi devido a problemas de saúde da matriarca.

Os corpos da diarista e da patroa foram encontrados no apartamento de Martha, que havia sido incendiado quando o Corpo de Bombeiros chegou ao local, e ambas as vítimas apresentavam cortes na região do pescoço. O corpo da patroa de Alice foi encontrado carbonizado. As investigações apontam que as mulheres foram mortas por dois homens contratados para realizar um serviço de pintura no apartamento de Martha.

Um dos suspeitos do crime, identificado por Jhonatan, foi localizado na favela do Acaí e preso na noite de sexta-feira (10). O outro suspeito, William, se entregou à polícia na noite de sábado (11). De acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, os suspeitos irão responder pelos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte), incêndio e extorsão.

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