“É o GSI quem vai fazer [a segurança] e o presidente terá a liberdade de fazer e convidar quem ele entender que deve compor, independente de ser da Polícia Federal, Militar ou membro das Forças Armadas. Será montado modelo híbrido sob coordenação do GSI”, disse Rui Costa a jornalistas após reunião da Frente Parlamentar do Empreendedorismo.
A secretaria foi criada por decreto com previsão de ser extinta no próximo dia 30, daqui a uma semana. Mas, com a proximidade do fim, a PF passou a fazer campanha pela manutenção da pasta com o argumento de que o modelo é adotado em outros países democráticos.
Nos últimos meses, a equipe da secretaria ganhou mais de 200 policiais responsáveis pela segurança imediata de Lula. Eles participaram de um curso de formação de “segurança presidencial”.
Mesmo após as falas de Rui Costa, a PF acredita que Lula não retirará a PF da chefia da segurança imediata dele e usa a seu favor a Lei da Reestruturação do Governo, publicada no último dia 19, que garantiria a permanência da Sesp até o fim do governo.
O Art. 77 da Lei diz que “as competências de que tratam os incisos VI e VIII do caput do art. 8º desta Lei poderão ser extraordinariamente atribuídas, no todo ou em parte, a órgão específico da estrutura da Presidência da República, conforme dispuser o regulamento”. Segundo fontes da Secretaria ouvidas pela reportagem, a MP convertida em lei deu a possibilidade explícita de Lula manter a Sesp.
A PF também tem feito reuniões com ministros próximos a Lula que apoiam a permanência da PF na segurança pessoal, com o intuito de levar argumentos ao chefe do Executivo de manter a segurança presidencial como está: PF na segurança imediata e GSI nas demais áreas e setores. Lula deve decidir a questão na semana que vem, na volta da Europa.