Após dores no estômago, jovem descobre problema no coração

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Jovem sentiu dores no estômago e descobriu que só tinha 16% de coração (Foto ilustrativa) Foto: Pixabay

Por Marcos Melo

Morador de São Paulo, o publicitário Jhonatan De Martine, de 29 anos, levava uma vida saudável, com prática de exercícios e exames de rotina. Em setembro de 2021, ele testou positivo para a Covid-19, mas teve apenas sintomas leves e uma recuperação tranquila. Depois, o jovem teve uma surpresa ao descobrir que apenas 16% de seu coração estava funcionando. As informações são do jornal O Globo.

Em janeiro de 2022, ao voltar de uma festa, Martine começou a sentir dores no estômago e dificuldade para respirar. Ele procurou um médico, tomou remédios e voltou para casa. Três dias depois, as dores voltaram e Jhonatan teve que ir ao hospital de novo.

O publicitário passou, então, por uma fase difícil. Foi iniciada uma jornada de três meses com tratamentos intensivos que chegou ao fim com um transplante de coração.

– Após a internação, os médicos começaram a tentar identificar o que havia ocasionado a lesão. Quando fizeram uma ressonância magnética, viram que o coração de Martine havia aumentado e cicatrizado desta forma, de modo que não seria capaz de voltar ao normal – reportou o jornal.

Quando encaminhado ao Instituto do Coração (Incor), o jovem chegou a ouvir que “não havia mais o que fazer”.

– Até hoje não sabemos o que aconteceu, é um grande mistério. Sei que foi uma situação rara e grave. O meu coração era saudável, eu não bebia e fumava. Existem algumas teorias, sendo a principal delas a de que foi uma sequela pós-Covid. Fizeram estudos sobre, mas nada conclusivo. Eu percebia um desespero para me colocar na fila do transplante e não entendia o porquê – disse o publicitário.

O coração de Jhonatan estava parando de funcionar. Em março de 2022, ele iniciou uma terapia intensiva e precisou fazer uso de balão intra-aórtico para ter mais suporte na circulação sanguínea.

Ainda sobre a luta para o transplante, Martine disse que teve várias ofertas rejeitadas.

– Um transplante de coração tem várias etapas, mas uma delas é que o paciente tem que ter morrido de morte encefálica, o coração deve estar batendo. Depois, é preciso ver o tamanho do coração. Tem que ser alguém com mais ou menos o mesmo peso, altura e tipo sanguíneo. Nessa história, eu tive sete ofertas rejeitadas, sendo a maioria porque os exames já não estavam bons.

Uma oitava tentativa, em abril de 2022, trouxe esperança, mas acabou frustrada porque o hospital de onde vinha o doador não havia feito o teste de Covid-19 no paciente.

– Eles falaram que não iam transplantar um coração com Covid em uma pessoa tão jovem, porque ainda não sabiam os efeitos que isso poderia ter. Foi um soco na boca do meu estômago, e, dali para frente, teve toda uma questão psicológica. Eu piorei muito e já estava com todas as doses de remédio no máximo. Quase morri, meu médico conversou comigo e disse que eu estava com uma bactéria hospitalar no corpo – contou.

Uma semana depois, Martine teve outra oferta de doação e não quis avisar a família para não dar “falsas esperanças”. No entanto, dessa vez a cirurgia foi feita e ele teve uma excelente recuperação.

Jhonatan já voltou a trabalhar e a praticar exercícios. Ele também voltou a namorar.

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