Biden diz que acordo para libertar reféns do Hamas “vai acontecer”; entenda negociação

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Joe Biden. Foto: Reprodução

por MJ Lee, Alex Marquardt, Kevin Liptak, Jennifer Hansler e Oren Liebermann, da CNN

O presidente americano Joe Biden, na terça-feira (14/11), disse acreditar que um acordo pode ser alcançado para libertar os reféns detidos pelo Hamas em Gaza.

Biden expressou otimismo ao mesmo tempo em que autoridades dizem que as negociações para libertar os reféns, que já duram semanas, estão se aproximando de um acordo.

“Tenho conversado com as pessoas envolvidas todos os dias. Eu acredito que isso vai acontecer. Mas não quero entrar em detalhes”, disse Biden a repórteres na Casa Branca.

Um funcionário de alto escalão do governo dos EUA disse, na terça-feira (14/11), que Israel e o Hamas estão se aproximando de um acordo para garantir a libertação dos reféns em troca de uma pausa sustentada de dias nos combates.

A autoridade destacou que, embora as partes estejam mais perto de chegar a um acordo, as conversas permanecem voláteis e ainda podem fracassar.

“Está mais perto, mas não está feito”, disse. Um diplomata europeu expressou otimismo, na segunda-feira (13), de que alguns reféns poderão ser libertados nos próximos dias ou semanas.

As condições que estão sendo discutidas implicam que o Hamas liberte um grande grupo de reféns ao mesmo tempo que Israel libertará prisioneiros palestinos.

A troca de reféns por prisioneiros ocorreria durante uma pausa sustentada de dias nos combates, que poderia durar até cinco dias. No entanto, muitos detalhes, incluindo a duração dessa pausa, permanecem em negociação.

Questionado nesta terça-feira sobre sua mensagem para as famílias que aguardam notícias de seus entes queridos detidos pelo Hamas, Biden disse: “Aguentem firme, estamos chegando”.

O conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, e o enviado especial para Assuntos de Reféns, Roger Carstens, se reuniram na noite de segunda-feira (13/11), em Washington, com familiares de alguns dos reféns dos EUA, disse uma autoridade à CNN.

Israel pediu recentemente a libertação de 100 reféns, segundo um porta-voz do Hamas e uma fonte familiarizada com as negociações.

Um comunicado divulgado durante a noite pelas Brigadas Qassam, o braço militar do Hamas, disse que as negociações estavam focadas na possível libertação de 70 mulheres e crianças em troca de uma pausa de cinco dias nos combates.

Um funcionário do governo israelense disse que as negociações sobre reféns da CNN estão em andamento – e estão sendo conduzidas pelo Catar, pela CIA e pela agência de inteligência de Israel, Mossad.

O responsável reconheceu que o Hamas pretende libertar o menor número possível de pessoas em troca do cessar-fogo mais longo possível, mas disse que Israel concordaria com um se houvesse um acordo sério em oferta. “Mas tem que ser um negócio sério”, destacou.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse à âncora da CNN Dana Bash, no domingo (12/11), que “estamos fazendo tudo o que podemos, 24 horas por dia” para libertar os reféns, mas disse que não poderia entrar em detalhes.

No acordo em discussão, os reféns sairiam de Gaza por etapa – com prioridade para grupos mais vulneráveis, como crianças e mulheres. O processo deverá levar vários dias.

Uma das complicações nas negociações em curso foi a verificação da lista de nomes de reféns e prisioneiros palestinos que o Hamas e Israel libertariam respectivamente como parte do acordo, disseram duas autoridades à CNN.

Israel quer garantir que nenhum dos prisioneiros libertados esteja ligado ao Hamas e tem examinado minuciosamente os nomes propostos como parte do processo.

Outro fator que abrandou as conversas foi a falta de informação sobre os reféns que o Hamas mantém. Como se acredita que outros grupos em Gaza, como a Jihad Islâmica, fizeram reféns, não ficou claro para os negociadores quem exatamente o Hamas poderia libertar como parte de um acordo.

Ao longo do processo, os combates em Gaza e os problemas logísticos atrasaram as negociações, além do apagão de comunicações em Gaza que impediu os líderes do Hamas no território de falar com os seus líderes políticos no Catar.

A complicada diplomacia indireta, envolvendo mediadores do Catar, significa que pode levar horas e até dias para que as mensagens sejam trocadas entre todas as partes. O estilo indireto de negociar é complicado, reconheceu uma autoridade dos EUA, mas necessário.

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