Bolsonaro gastou quase R$ 200 mil em restaurantes e hotéis de quatro cidades da Paraíba

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Jair Bolsonaro. Foto: Alan Santos/PR

Por Lara Brito e Diogo Almeida

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gastou, entre 2019 e 2022, R$ 199.595 em restaurantes e hotéis de Sousa, Campina Grande, Patos e João Pessoa. Outros R$ 65.892,75 foram gastos com locações de carros e locais para eventos e/ou hospedagem nas cidades citadas acima em Nazarezinho. A reportagem apurou a informação na sexta-feira (13), após o Governo Federal divulgar os valores do cartão corporativo da Presidência da República no período.

No total, em quatro anos foram R$ 276.779,15 gastos na Paraíba com o uso dos cartões corporativos da Presidência na gestão Jair Bolsonaro.

O valor mais alto gasto na Paraíba, R$ 42.600,00, foi para a empresa Leleka – Produções e Locações, que fica em Sousa. A empresa recebeu R$ 32.500,00 no dia oito de fevereiro de 2022 e R$ 10.100,00 em 19 de fevereiro de 2021.

Em contato com a reportagema Leleka informou que o valor se refere a serviços de aluguel de tendas e grades de segurança para eventos realizados em Campina Grande e Caicó, no Rio Grande do Norte. No dia nove de fevereiro do ano passado, o ex-presidente esteve no estado vizinho para cerimônia de chegada das águas do Rio São Francisco. Já em 19 de fevereiro de 2021, ele desembarcou no aeroporto de Campina Grande, antes de uma visita em Pernambuco. Neste mesmo dia, R$ 10.620,00 foram pagos ao Hotel Village Confort, na cidade.

Sousa, no Sertão da Paraíba, foi a cidade do estado onde o presidente mais gastou dinheiro no cartão corporativo. Outros R$ 38.190,00 foram pagos para a empresa FH Serviços de Alimentação no dia 24 de setembro de 2020. No dia 16 deste mesmo mês, o Restaurante e Pousada do Totó na cidade recebeu R$ 3.408.

Além disso, o Vó Ita Hotel e o Ribeirão Hotel receberam R$ 26.631,70 e R$ 14.140,00, respectivamente, em 21 de outubro de 2021, data da inauguração da obra do trecho final do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco, em São José de Piranhas, no Sertão paraibano. O projeto foi iniciado durante o segundo governo do atual presidente Lula (PT), em 2007.

Nesta mesma ocasião o ex-presidente gastou R$ 20.381,00 em Nazarezinho, também no Sertão paraibano. O dinheiro foi pago a uma empresa de comércio varejista chamada J.J Locações.

Em Patos, o Top Hotel recebeu R$ 30.166,50 no dia 30 de setembro de 2020. Também na cidade, o fornecedor de alimentos Gilbiano Freire Torres foi pago R$ 15.082,00 e o Hotel Patos recebeu R$ 3.205. Bolsonaro fez uma rápida passagem pela Paraíba no dia 1º de outubro, onde ficou cerca de 40 minutos em Campina Grande.

Neste mesmo dia, ainda em Campina, R$ 10.941,90 foram pagos para a empresa Andrade Marinho L M F Construções. A reportagem tentou contato com a empresa para entender o valor, mas não conseguiu retorno.

Na mesma ocasião, o ex-presidente gastou R$ 8 mil na Churrascaria do Cupim; R$ 6.859,65 no Hotel Nord Easy e R$ 3.521,00 na Casa da Marmitex. Na cidade Bolsonaro também pagou R$ 3.064,00 ao Marc Center Hotel.

Na capital paraibana, o maior valor gasto foi R$ 12.584,00, pagos para a empresa de gêneros alimentícios Naturalíssimo, no dia 17 de setembro de 2020. Na ocasião, Bolsonaro estava na Paraíba para a inauguração do complexo de produção de energia solar em Coremas, no Sertão.

Ainda em João Pessoa, R$ 6.148,80 foram pagos ao Skyler Mar Hotel em 18 de agosto de 2021; R$ 4.101,30 foram pagos ao Connect Hotel em 22 de fevereiro de 2022; R$ 2.911,75 foram usados para locações na Newland Veículos. A reportagem não conseguiu localizar eventos presidenciais nessas datas ou em datas próximas.

Gastos menores também foram registrados, como R$ 349,50 em uma Redepharma; R$ 338,80 no restaurante Alma Cozinha e R$ 99,50 no Mercadinho Santos, todos em Campina Grande.

Detalhamento de gastos

Todos os gastos do ex-presidente na Paraíba podem ser conferidos no site oficial do Governo Federal.

Os dados foram incluídos no último dia 6 no repositório de informações classificadas da Secretaria-Geral da Presidência da República, e identificados nesta semana pela agência de dados públicos Fiquem Sabendo – especializada em pedidos pela Lei de Acesso à Informação (LAI).

O valor inclui o cartão pessoal de Bolsonaro e, também, outros cartões usados por ajudantes de ordens e funcionários da presidência.

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