Boulos aposta na reativação do Minha Casa Minha Vida em 2023
Por Flávia Said
O deputado federal eleito Guilherme Boulos (PSol-SP) disse, na sexta-feira (18/11), que o governo Jair Bolsonaro promoveu um desmonte da área equivalente ao Ministério das Cidades. Também apostou no ressurgimento do programa Minha Casa Minha Vida em 2023.
As declarações foram dadas por Boulos no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), onde tem funcionado o gabinete de transição. Houve reunião do grupo técnico (GT) de Cidades, do qual ele faz parte.
Boulos afirmou que não há orçamento para prevenção de desastres naturais e obras de infraestrutura. Segundo ele, seriam necessários R$ 580 milhões para manter as obras de saneamento, mas no orçamento só tão reservados R$ 30 milhões. Para obras de prevenção de risco/contenção, seriam exigidos R$ 50 milhões, mas só há reserva de R$ 2 milhões.
“Isso é um escárnio. Não houve qualquer tipo de planejamento em relação a questões básicas de estrutura urbana, infraestrutura. Habitação nem se fala. Com o orçamento que tem não dá nem para reativar obra paralisada, quanto menos construir novas. Ou seja, eles desmontaram a área de Ministério das Cidades”, disse Boulos, ao se referir ao atual Ministério do Desenvolvimento Regional.
Segundo o político, o governo desmontou a área usando como justificativa uma tentativa de enxugar a máquina pública. “Essa turma desmontou as políticas sociais no Brasil.”
Boulos fala do Minha Casa Minha Vida
Boulos ainda defendeu que a PEC da Transição abra espaço fiscal que permita também a reativação do Minha Casa Minha Vida para 2023.
“Estamos falando de atender um drama de milhares, milhões de famílias brasileiras. (…) Tem que ter um programa de habitação para resolver esse drama social. Mas ao mesmo tempo um programa de habitação também aquece a construção civil, também gera emprego na veia, também vai permitir fazer a economia rodar. Ele tem essa dupla funcionalidade.”
Na próxima semana, o GT de Cidades vai se reunir com as entidades representativas dos municípios: a Federação Nacional de Prefeitos (FNP), a Confederação Nacional de Municípios (CNM) e a Associação dos Municípios. Também se reúnem com movimentos sociais que atuam na questão urbana.