Braiscompany: leilão de bens tem Porsche, moto aquática e mansão em condomínio

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Bens apreendidos em operação contra a Braiscompany vão a leilão — Foto: Reprodução/JFPB

A Justiça Federal da Paraíba (JFPB) determinou a realização de leilão com os bens ligados a investigados no caso Braiscompany, empresa paraibana alvo da Operação Halving, que investiga crimes contra o sistema financeiro. Entre os bens a serem leiloados estão carros de luxo como Porsche e Dodge RAM, uma moto aquática e imóveis, entre eles uma mansão em um condomínio localizado no interior da Paraíba (veja a lista completa de bens no fim da reportagem).

A marcação do leilão antes do julgamento final do processo é para prevenir a deterioração dos imóveis, automóveis e embarcações arrecadados até o momento, segundo a Justiça Federal.

De acordo com a decisão da Justiça, serão realizados dois leilões. O primeiro deles no dia 28 de junho, às 9h. Os bens poderão ser adquiridos pelo preço de avaliação.

Já o segundo leilão está marcado para acontecer no dia 6 de julho. Nele, os bens poderão ser comprados por um preço não inferior a 80% do valor da avaliação.

Ainda conforme a Justiça, os leilões devem acontecer virtualmente, através de um site especializado.

Como participar do leilão

Segundo a decisão, pessoas físicas e jurídicas com situação regularmente constituídas podem concorrer à compra dos bens leiloados.

Para participar, é preciso se cadastrar no site do leilão (disponível acima) com pelo menos 72 horas de antecedência.

Servidores do setor de leilões da 4ª Vara Federal de Campina Grande, junto com o leiloeiro público oficial, estarão disponíveis para esclarecer dúvidas dos interessados.

Lista de bens disponíveis no leilão:

  • Porsche Cayenne PHEV Azul (2021/2022) – Avaliado em R$ 745.000,00
Porche apreendida em operação contra a Braiscompany vai a leilão — Foto: Reprodução/JFPB
Porsche apreendida em operação contra a Braiscompany vai a leilão — Foto: Reprodução/JFPB
  • Land Rover Evoque Pure P5D Vermelha (2014): – Avaliado em R$ 120.000,00
Land Rover apreendida em operação da PF contra a Braiscompany — Foto: JFPB
Land Rover apreendida em operação da PF contra a Braiscompany — Foto: JFPB
  • I/Ram 2500 Laramie Branca (2021) – Avaliado em R$ 420.000,00
I/Ram 2500 Laramie Branca apreendida em operação da PF contra a Braiscompany — Foto: JFPB
I/Ram 2500 Laramie Branca apreendida em operação da PF contra a Braiscompany — Foto: JFPB
  • Casa no Condomínio Residencial Atmosphera Eco Residence – Avaliada em R$ 2.830.000,00
Mansão de luxo ligada à Braiscompany vai a leilão  — Foto: Reprodução/JFPB
Mansão de luxo ligada à Braiscompany vai a leilão — Foto: Reprodução/JFPB
  • Casa Residencial no Loteamento Antônio Francisco do Bú V – Avaliada em R$ 150.000,00
Casa ligada à Braiscompany, em Campina Grande, vai a leilão  — Foto: Justiça Federal/Divulgação
Casa ligada à Braiscompany, em Campina Grande, vai a leilão — Foto: Justiça Federal/Divulgação
  • Embarcação Motoaquática GTI SE 155 (sem foto) – Avaliada em R$ 70.000,00
  • Lote no Condomínio Residencial Sierra Home Resort – Avaliado em R$ 1.800.000,00
Casa em construção, em condomínio de Campina Grande, ligada à Braiscompany, vai a leilão  — Foto: Justiça Federal/Divulgação
Casa em construção, em condomínio de Campina Grande, ligada à Braiscompany, vai a leilão — Foto: Justiça Federal/Divulgação

Caso Braiscompany

A Braiscompany se envolveu em uma polêmica financeira com suspeita de atraso de pagamentos de locação de ativos digitais para clientes. Denúncias feitas nas redes sociais deram início ao caso, que desde o dia 6 de fevereiro passou a ser investigado também pelo Ministério Público da Paraíba.

Antônio Inácio da Silva Neto, conhecido como Antônio Neto Ais, e Fabricia Ais, fundadores da Braiscompany — Foto: Reprodução/Braiscompany
Antônio Inácio da Silva Neto, conhecido como Antônio Neto Ais, e Fabricia Ais, fundadores da Braiscompany — Foto: Reprodução/Braiscompany

Idealizada pelos sócios Antonio Neto Ais e Fabrícia Ais, a Braiscompany é especialista em gestão de ativos digitais e tecnologia blockchain. Os clientes convertiam seu dinheiro em ativos virtuais, que eram “alugados” para a companhia e ficavam sob gestão dela pelo período de um ano. Os rendimentos dos clientes representavam o pagamento pela “locação” dessas criptomoedas.

Milhares de campinenses, motivados pelo boca a boca entre parentes, amigos e conhecidos, investiram suas economias pessoais sob a promessa de um ganho financeiro ao redor de 8% ao mês. É uma taxa considerada irreal pelos padrões usuais do mercado.

Segundo a PF, nos últimos quatro anos, foram movimentados cerca de R$ 1,5 bilhão em criptomoedas, em contas vinculadas aos suspeitos, sócios da Braiscompany, que estão foragidos.

No total, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária, mas os sócios não foram encontrados.

O nome da operação, Halving, é em alusão ao aumento da dificuldade de mineração do bitcoin, que ocorre a cada quatro anos, período semelhante a ascensão e derrocada do esquema investigado.

Em abril deste ano, seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos em uma nova operação da Polícia Federal contra a Braiscompany. As ações da PF acontecem em Campina Grande e Assunção, na Paraíba, e na cidade de São Paulo.

De acordo com a PF, a operação, batizada de Select, é um desdobramento da operação Halving, que aconteceu em fevereiro. O objetivo da ação desta terça-feira é apreender evidências de organização criminosa voltada para os crimes apurados, em endereços ligados aos sócios e gerentes. O nome da operação é alusivo ao grupo de gerentes que mais captavam recursos para a empresa, entre as vítimas do suposto esquema. Em Campina Grande, as buscas foram nos bairros do Jardim Paulistano, no Centro e em um condomínio de luxo.

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