Brasil anuncia entrada da Indonésia como membro pleno do Brics

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Líderes das delegações dos países que participaram da cúpula do Brics posam para foto no último dia do encontro, em 24 de outubro de 2024, em Kazan, na Rússia. — Foto: Alexander Nemenov, Pool Photo via AP

O Brasil anunciou na segunda-feira (6) a entrada da Indonésia como um membro pleno do Brics. O bloco é presidido pelo Brasil em 2025.

A entrada do país asiático no grupo ocorre em momento que o Brics busca ampliar influência e número de países. O grupo foi originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2010, a África do Sul ingressou no bloco após ser convidada.

A entrada da Indonésia sob a presidência brasileira do Brics acontece em um momento de sucessivas tentativas de ampliação do bloco.

Em 2023, o grupo aprovou a entrada mais seis países, entre os quais Irã, Egito e Etiópia – a Argentina, que integrava essa lista, desistiu de participar quando Javier Milei assumiu a Casa Rosada no lugar de Alberto Fernández.

Além disso, no ano passado, o grupo passou também a discutir a criação da categoria de países parceiros, com status inferior ao dos membros efetivos, mas com possibilidade de participar de cúpulas e reuniões. Entre esses países, estão Cuba, Turquia, Tailândia, Nigéria e Argélia.

Especialistas em relações internacionais e em economia ouvidos pela GloboNews avaliam que a ampliação do Brics, com a entrada de novos países, e a discussão sobre a criação da categoria de parceiros, na prática, amplia a influência geopolítica da Rússia e da China.

Eles divergem, porém, sobre os efeitos econômicos das medidas.

Para o professor José Luís da Costa Oreiro, do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), por exemplo, a busca pela ampliação do bloco é uma briga por hegemonia entre China e Rússia, de um lado, e Estados Unidos e Europa, de outro.

Na prática, acrescenta o professor, há uma disputa por áreas de influência ao redor do mundo, a exemplo do que motivou a criação de outros grupos, como o G7.

“O G7 é um grupo que tem muita influência dos Estados Unidos, da Europa e do Japão. Com isso, o Brics se torna um clube favorável à China e à Rússia. Veja esses países que estão entrando. Cuba, por exemplo. Qual a vantagem para o Brics? Nenhuma. Mas, no fundo, você cria mais uma área de influência. É interesse geopolítico, não é de caráter econômico. Ou seja, disputa de influência”, afirmou Oreiro.

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